Em frente a um centro comercial da cidade de Medellín, no departamento de Antioquia, unidades da Marinha Nacional da Colômbia capturaram o indivíduo conhecido como Amarillo, requerido pelo Tribunal do Distrito Sul da Flórida, Estados Unidos, para ser extraditado pelos delitos de narcotráfico e lavagem de dinheiro, indicou em um comunicado o Comando Geral das Forças Militares da Colômbia (CGFM), em meados de novembro.
O traficante de drogas de 40 anos estava supostamente encarregado de financiar o transporte de drogas com destino à América Central e aos Estados Unidos, para uma estrutura vinculada ao grupo armado Clã do Golfo, que opera na costa do Caribe colombiano. Segundo o CGFM, vulgo Amarillo financiava há seis anos o embarque de cloridrato de cocaína de Turbo, Antioquia, em lanchas rápidas que partiam todos os meses com cerca de 3 toneladas de drogas. Ele também realizava movimentações de dinheiro, produto de suas atividades ilícitas, que depois investia em propriedades, permanecendo escondido e evadindo os controles das autoridades, afirmou o CGFM.

“Começamos a rastrear vulgo Amarillo com a abertura do processo judicial em 2013, onde foram estabelecidos seus vínculos com um grupo do crime organizado no Golfo de Urabá”, disse à Diálogo o Contra-Almirante Hernando Mattos Dager, da Marinha Nacional da Colômbia, comandante da Força Naval do Caribe. “Em 2021, uma estrutura de narcotráfico foi desmantelada, capturando 27 pessoas, entre as quais havia oito com ordens de extradição e, em 2022, culminou com a captura de vulgo Amarillo.”
Após árduo trabalho de inteligência, a operação foi lançada com o apoio da Procuradoria Geral da Nação e da Administração para o Controle de Drogas dos EUA (DEA), resultando na primeira captura pela Marinha de um chamado “traficante de drogas invisível”, ou seja, uma pessoa pouco conhecida, com um perfil baixo para financiar atividades ilícitas.
“O termo ‘invisível’ é usado para aqueles traficantes de drogas que usam os diferentes grupos armados organizados para a proteção de seus carregamentos, mas não se vinculam dentro de suas organizações, para que não haja registro de sua presença; em outras palavras, eles se encarregam de cometer crimes sob outros nomes para que não sejam processados”, explicou o C Alte Mattos. “À medida que foi consolidando sua hierarquia dentro da estrutura, [vulgo Amarillo] se distanciou dos movimentos operacionais da estrutura, realizando todos os seus movimentos e coordenação através de terceiros.”
Nesta operação, o trabalho da DEA foi fundamental para negociar a ordem de extradição com o governo dos EUA; foi também um apoio constante para facilitar os processos de acompanhamento do caso, afirmou o C Alte Mattos. Vulgo Amarillo utilizava os serviços ilegais das subestruturas Efrén Vargas Gutiérrez, Central de Turbo e Gabriel Poveda Ramos, a serviço do Clã do Golfo, disse o oficial.
No decorrer deste ano e até 23 de novembro, a Força Naval do Caribe efetuou a captura de 287 membros do Clã do Golfo. Entre estas, destaca-se a captura de seis líderes, afirmou o C Alte Mattos.