O líder da organização criminosa Dinastía Alayón, uma facção da gangue venezuelana Tren de Aragua, foi preso no Peru junto com outros 30 supostos membros dessa gangue, informaram as autoridades do país sul-americano, em 5 de outubro.
“Um golpe contundente contra a organização criminosa transnacional Dinastía Alayón – Tren de Aragua. Trinta e um supostos membros dessa organização criminosa foram capturados pela Polícia Nacional do Peru e foram feitas incursões em 42 casas noturnas e propriedades”, informou a agência policial peruana na rede social X.
De acordo com a promotoria, Yomar José Delgado Palacios, vulgo Nino, suposto líder da organização criminosa, que está sendo investigado por crimes de tráfico de pessoas, exploração sexual, extorsão, sequestro e assassinato, foi preso em San Juan de Lurigancho, o maior e mais populoso distrito de Lima, juntamente com Yesmith Adriana Cabargas Castaño, que está sendo investigada pelos mesmos crimes.
A operação, da qual participaram mais de 68 promotores, foi realizada em vários distritos da capital e em outras regiões do país, incluindo San Martín, Cajamarca e Arequipa.
O Ministério Público do Peru disse que a Dinastía Alayón é uma facção da Tren de Aragua venezuelana, um grupo criminoso que opera naquele país desde outubro de 2022 e que, de acordo com a investigação do Ministério Público, suas redes de ação se estendem à Colômbia e ao Chile.
Tren de Aragua é uma mega gangue originária da Venezuela, dedicada, entre outras atividades criminosas, à extorsão, sequestros, homicídios, venda de drogas, tráfico de armas e de pessoas, que estendeu suas operações a vários países da América Latina, incluindo Peru, Chile, Equador, Colômbia e Brasil.
Sua expansão foi rápida entre 2020 e 2021, de acordo com a organização Insight Crime, um think tank que busca aprofundar o debate sobre o crime organizado e a segurança do cidadão nas Américas.
No início de outubro, agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA (CBP) prenderam em El Paso, Texas, um cidadão venezuelano suspeito de fazer parte da Tren de Aragua.
Em setembro, o regime de Nicolás Maduro realizou uma operação para “desmantelar e pôr fim” às gangues do crime organizado e redes criminosas que operavam na Penitenciária de Aragua, conhecida como Tocorón, no estado do mesmo nome, na região central da Venezuela.
Durante vários anos, diversas organizações informaram que Héctor Rusthenford Guerrero, conhecido como Niño Guerrero, o principal líder da Tren de Aragua, dirigia as operações a partir de Tocorón.
As forças venezuelanas informaram que, no momento da operação na prisão, Guerrero estava em “plena liberdade”. Atualmente, ele é um dos criminosos mais procurados na região, que está em alerta diante de sua possível entrada.