O Departamento de Assuntos Internacionais contra o Narcotráfico e Aplicação da Lei (INL) da Embaixada dos EUA na Guatemala proporciona apoio ao fortalecimento das capacidades da Polícia Nacional Civil (PNC) da Guatemala, para melhorar a segurança dos cidadãos e combater o narcotráfico e o crime organizado transnacional relacionado.
Essa parceria é fundamental, porque um dos principais desafios enfrentados pela Guatemala é deter o avanço das estruturas internacionais de narcotráfico que buscam se posicionar no país, como é o caso do Cartel Jalisco Nova Geração, do México, informou a Subdiretoria Geral de Análise de Informações Antinarcóticos (SGAIA).
“Essas estruturas estão transformando a Guatemala em um grande laboratório de testes para avançar sua própria produção de matéria prima”, disse à Diálogo Carlos Menocal, ex-ministro do Interior e agora consultor especializado em narcotráfico, em 28 de março. “Isso inclui laboratórios de drogas, a importação de precursores químicos para a fabricação de drogas com fentanil e o plantio de dois tipos de folha de coca, onde os traficantes internacionais de drogas estão experimentando a possibilidade de transferir o cultivo da folha de coca para as selvas tropicais da Guatemala.”
O valor destinado ao apoio do INL à PNC inclui “atividades, resultados, objetivos e requerimentos de recursos para fortalecer as operações de detecção e dissuasão do tráfico de drogas e outras atividades ilícitas, bem como para melhorar a segurança no território nacional”, de acordo com o Estatal Diario de Centro América.
A SGAIA tem evidências de que o fentanil não é produzido nem consumido no país, de acordo com o jornal guatemalteco Prensa Libre, mas detectou que ele é importado da China e depois transportado para o México e os Estados Unidos. De fato, a PNC informou, em 23 de março, a apreensão de quatro contêineres, que inicialmente testaram positivo para fentanil em um navio da Turquia, que fez uma parada no terminal ferroviário de Puerto Barrios, no departamento de Izabal. No entanto, os testes realizados com o apoio da Administração para o Controle de Drogas (DEA) dos EUA confirmaram que os produtos químicos não eram fentanil. A resposta interagências e a atenção ao movimento de precursores químicos é, no entanto, uma melhoria e um sinal importante da colaboração da Guatemala na luta contra o narcotráfico e da atenção prestada à ameaça representada pelas drogas sintéticas e pelo fentanil.
Nessa luta contra o narcotráfico, os Estados Unidos são um parceiro constante, ajudando a fortalecer as instituições que velam pela segurança na Guatemala e na região da América Central. Por exemplo, o INL, por meio da Embaixada dos EUA na Guatemala, doou quatro embarcações interceptadoras em abril de 2021 e três embarcações fluviais em fevereiro de 2022, para fortalecer as capacidades da Força Especial Naval do Exército da Guatemala, informou InfoDefensa.
“As áreas de oportunidade para a luta contra o narcotráfico podem estar na melhoria, no equipamento e na alocação de recursos logísticos e financeiros para as forças antidrogas da Guatemala”, disse Menocal. “Poderia estar em uma agenda compartilhada, com melhor coordenação e questões muito específicas, como a luta continental contra o narcotráfico com as agências de cooperação internacional.”
A Promotoria de Crimes de Atividade Narcótica da Guatemala, em um esforço coordenado com vários países latino-americanos e com o apoio legal de acordos internacionais que apoiam a luta contra o narcotráfico, conseguiu apreender 5.945,43 quilos de cocaína em 2022, de acordo com o Ministério do Interior.
Além disso, as estatísticas do Ministério também mostram que o Centro Interinstitucional contra o Tráfico de Drogas da Guatemala, durante esse período, conseguiu desmantelar sete organizações criminosas dedicadas ao narcotráfico; a desativação de 17 pistas de pouso clandestinas; e a destruição de sete narcolaboratórios.