Os Estados Unidos anunciaram no dia 31 de março que estão preparados para suspender as sanções contra a Venezuela, se Nicolás Maduro e o presidente interino Juan Guaidó se afastarem e aceitarem um acordo para um governo de transição comandado por ambos os partidos no poder.
O plano foi delineado pelo representante especial dos EUA na Venezuela, Elliott Abrams, em um artigo editorial publicado no mesmo dia por The Wall Street Journal, antes do anúncio feito pelo secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo em uma entrevista coletiva.
Pompeo disse que as sanções só seriam suspensas depois que um governo de transição tenha sido estabelecido e que os agentes das “forças de segurança estrangeiras” na Venezuela – em uma aparente referência a Cuba (e talvez Rússia) – se retirarem do país.
“Esperamos que cada um dos venezuelanos considere essa estrutura”, disse Pompeo. “Durante todo o tempo, deixamos claro que Nicolás Maduro jamais voltará a governar a Venezuela”, acrescentou Pompeo aos repórteres.
Atualmente, Maduro é apoiado pelos militares bem como pela Rússia e pela China.
No artigo, Abrams anunciou o que ele denominou uma Estrutura de Transição Democrática, “para ajudar os venezuelanos a escapar da crise nacional, a qual foi agravada agora pela queda dos preços do petróleo e pelo coronavírus”. A mudança nos objetivos da estratégia propõe que tanto Maduro quanto Guaidó renunciem e permitam a criação de um “Conselho de Estado” de transição, para estabelecer novas e justas eleições presidenciais dentro de seis a doze meses.
Os detalhes do plano incluem disposições para que o alto comando militar permaneça no seu lugar, enquanto durar o governo de transição, e exigem o retorno de todos os membros da Assembleia Nacional, a suspensão das acusações de desacato emitidas pela Suprema Corte, a restauração de todos os poderes da Assembleia Nacional e a liberação imediata de todos os presos políticos.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de Guaidó concorrer, Pompeo respondeu: “Acho que ele é o político mais popular da Venezuela. Se houvesse eleições hoje, acho que ele se sairia incrivelmente bem”.
O secretário acrescentou que quando esse plano para a recuperação da democracia foi elaborado, as autoridades dos EUA trabalharam em estreita colaboração com Guaidó.