Pouco mais de um mês após o início de suas operações, a Força-Tarefa Conjunta (FTC) Esmeraldas, encarregada de combater e reduzir a insegurança na província equatoriana do mesmo nome, na fronteira com a Colômbia, está mostrando resultados positivos.

Entre as conquistas, de acordo com o governo de Esmeraldas, em sua conta oficial no Twitter, está a apreensão de várias armas, espingardas, revólveres, munições de diferentes calibres, dispositivos explosivos e cocaína. Além disso, os membros que integram a nova força – militares, policiais, representantes do Serviço Nacional de Alfândega e da Procuradoria Geral do Estado – encontraram e apreenderam insumos para a produção de drogas ou explosivos, tais como milhares de litros de combustível e acetona, entre outros.
Em 11 de julho, a FTC Esmeraldas também informou sobre a detenção de um cidadão colombiano no cantão de San Lorenzo, durante uma operação de vigilância e reconhecimento ofensivo. De acordo com o jornal equatoriano La Hora, ele era supostamente membro de um grupo armado irregular da Colômbia, embora as autoridades não tenham confirmado concretamente qual é o grupo.
A província de Esmeraldas faz fronteira com o departamento colombiano de Nariño, uma geografia caracterizada pela abundante vegetação propícia ao assentamento de grupos narcotraficantes colombianos que operam na área, mas de difícil acesso para as autoridades. Grandes plantações de coca se estendem pelo território do país vizinho, alimentando a indústria ilegal do narcotráfico que processa toneladas de drogas, cuja rota de saída é o território equatoriano, informa o canal de televisão Ecuavisa.
As atividades criminosas associadas ao narcotráfico tornaram essa província uma das mais perigosas e inseguras do país. Ataques com explosivos, assassinatos por aluguel, mortes violentas e extorsões são uma característica constante das vidas de seus habitantes, o que levou o governo equatoriano a declarar Esmeraldas uma zona especial de segurança, em 2 de junho. No dia seguinte, a FTC Esmeraldas iniciou suas operações com cerca de 4.000 membros.
O ministro do Interior, Patricio Carrillo, na cerimônia de apresentação oficial da FTC Esmeraldas, disse que “os indicadores de insegurança, violência e insurgência nessa província são atos irracionais que se tornaram visíveis nas ruas e também estão presentes nas prisões”. Ele acrescentou que a força foi criada para enfrentar esses crimes “com uma estrutura de investigação e inteligência capaz de antecipar também a presença do crime organizado desde a fronteira até o interior do território nacional”, informou o canal de televisão equatoriano RTS.

O General de Brigada Alexander Levoyer, do Exército Equatoriano, comandante da FTC Esmeraldas, afirmou que os atos violentos começaram a diminuir com a presença da Força, segundo La Hora. Os grupos violentos “congelaram; eles estão quietos, estão vendo como trabalhamos para mudar seus padrões de comportamento; mas eles também sabem que o Estado está presente e agindo”, disse o Gen Bda Levoyer a La Hora, acrescentando que alguns dos grupos criminosos se mudaram para outras províncias.
As Forças Armadas estimam que a FTC Esmeraldas permanecerá realizando suas atividades entre oito meses e um ano, informou La Hora. “Queremos garantir que a província viva e se desenvolva em paz com segurança”, disse o Gen Bda Levoyer.
Durante sua participação na Cúpula das Américas no início de junho, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, expressou a necessidade urgente de obter mais apoio do governo dos EUA, em questões de segurança e em sua luta contra o crime organizado, e disse que queria um “Plano Equador”, semelhante ao acordo bilateral denominado Plano Colômbia, concebido em 1999 para pôr fim ao conflito armado interno no país sul-americano e criar uma estratégia antinarcóticos, entre outros objetivos.