A Força Armada de El Salvador se infiltra com drones e helicópteros nas zonas urbanas com maior número de assassinatos e extorsões.
A Força Armada de El Salvador (FAES) destacou 10 forças-tarefa nas zonas urbanas dos 22 municípios com maior índice de violência, acrescentando mais soldados, drones e helicópteros às operações de intervenção rápida, para neutralizar os pontos de controle territorial das gangues MS-13 e Barrio 18. Mais de 7.300 militares de elite trabalham nessa missão.
“As operações de intervenção rápida nos permitem atingir objetivos específicos graças às forças-tarefa, unidades com métodos rigorosos em campo e alto nível de eficiência”, declarou à Diálogo o Coronel de Engenharia do Exército Carlos Alberto Tejada, chefe do Estado-Maior Conjunto da FAES. “As quadrilhas continuam envolvidas no tráfico de migrantes e entorpecentes e mantêm alianças com grupos criminosos transnacionais; por isso é importante complementar o trabalho com patrulhamentos, postos de verificação e presença permanente nas cidades.”
Esse trabalho fortalece a execução do Plano Controle Territorial III, lançado em agosto de 2019 pelo Ministério da Justiça e Segurança, para recuperar o controle das cidades onde as quadrilhas captam seus maiores recursos financeiros com extorsões contra os comerciantes. “Estamos nas zonas onde operam as duas gangues [MS-13 e Barrio 18], divididas às vezes apenas por uma rua. Em uma das operações, foram capturados 60 membros de gangues dedicados ao tráfico de drogas e armamentos”, disse à Diálogo o Tenente-Coronel do Exército de El Salvador Lisandro Calderón, comandante da Força-Tarefa Vulcano, no estado de São Salvador. “A eficácia do nosso trabalho é constatada na redução dos homicídios.”
As forças-tarefa exercem o controle do território em 200 blocos dos perímetros urbanos dos municípios incluídos no plano. “Nossa presença no terreno faz com que os criminosos abandonem a zona urbana em direção às zonas rurais, onde também existem forças-tarefa”, explicou à Diálogo o Major do Exército de El Salvador José Herrera, comandante da Força-Tarefa Apolo, no estado de La Libertad. “Atacamos [o narcotráfico] e aumentamos a captura dos indivíduos que estão entre os mais procurados, todos vinculados às gangues.”
“Realizamos ações táticas no terreno graças ao trabalho de inteligência feito por todas as unidades”, acrescentou o Cel Tejada. “Nossa eficiência também está relacionada com o adestramento permanente de nossas unidades, graças ao apoio dos Estados Unidos e de outras nações parceiras que nos oferecem ajuda, como o Brasil, o Chile, a Colômbia e o México.”
Como recurso especializado, as Forças Armadas contam com as patrulhas de reconhecimento de longo alcance pertencentes ao Grupo de Operações Especiais. “Trata-se de grupos adestrados com dispositivos de visão noturna e armamento pesado, com capacidade para realizar infiltrações com meios aéreos e navais”, finalizou o Cel Tejada.