O governo de El Salvador ativou a fase cinco de sua estratégia de segurança Plano de Controle Territorial, denominada Extração, destacando forças policiais e militares para cercar as cidades e conter a atividade das quadrilhas.
“Em primeiro lugar, devemos entender que a fase de extração implica uma fase prévia de inteligência para ir a pontos específicos que não tinham sido atingidos antes”, disse à Diálogo Misael Rivas Soriano, advogado e especialista em segurança de El Salvador, em 18 de dezembro de 2022. “Os grupos de extração nesta fase não foram contemplados no estado de emergência.”
“O que vamos fazer é cercar as grandes cidades e realizar os processos de extração dos terroristas que estão dentro […], sem dar a eles a capacidade de escapar, porque vocês os terão cercados”, explicou o presidente da República, Nayib Bukele, durante o lançamento da medida, em novembro de 2022. “Se eles quiserem fugir ou alguém quiser fornecer-lhes armas, alimentos, munições, dividendos, […] ou tudo o que eles usam para intimidar a população, vocês [policiais e militares] vão interceptá-los, tanto os criminosos como seus colaboradores.”
A primeira cidade visada foi Soyapango, no leste da capital, uma das áreas mais assediadas pelo crime e por gangues. As Forças Armadas de El Salvador (FAES) e a Polícia Nacional Civil (PNC) cercaram o município com 8.500 soldados e 1.500 agentes, durante a madrugada do dia 3 de dezembro, informou o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Por razões de segurança, o governo não forneceu detalhes sobre os nomes das próximas cidades a serem intervencionadas. Mas, junto com esta medida, está em vigor desde março um estado de emergência, sob o qual 59.307 pessoas com vínculos com estruturas criminosas foram presas. O sucesso da estratégia de segurança se reflete em 264 dias sem homicídios até 8 de dezembro, disse o governo.
Na implementação do cerco de segurança em Soyapango, foram identificados 40 pontos de extração, onde as autoridades registraram a maior concentração de membros de gangues, explicou o Vice-Almirante René Merino, da Força Naval de El Salvador, ministro da Defesa. “Nas fases anteriores, com o estado de emergência, pudemos remover daqueles lugares membros de quadrilhas que estavam lá em grande número e, como eles tinham poder e controle dos territórios, não se escondiam e atuavam livremente naqueles setores”, disse o V Alte Merino, no programa de televisão Diálogo con Ernesto López. “Com 120 pessoas assassinadas, não é uma simples organização terrorista que nós enfrentamos.”
O gabinete de segurança salvadorenho afirma que existem 15 postos de comando na Mara Salvatrucha (MS13). Em 8 de dezembro, eles anunciaram a captura de Eduardo Pérez, vulgo Scooby, o décimo presidente da MS13, um dos responsáveis pelo aumento de homicídios em março e por milhares de outros assassinatos nos últimos anos, disse Villatoro.
O Plano de Controle Territorial foi lançado em junho de 2019 como uma estratégia de segurança abrangente para conter a onda de criminalidade causada por gangues e outros grupos criminosos. Até o momento, quatro fases foram concluídas: Preparação, exercendo o controle dos territórios e reprimindo o crime; Oportunidades, com foco na geração de oportunidades para os jovens e na prevenção da violência; Modernização, para fornecer novos equipamentos e tecnologia às forças de segurança; e Incursão, onde buscaram arrancar territórios das gangues, noticiou o jornal El Mundo, de El Salvador.