Faltando pouco tempo para as eleições parlamentares inconstitucionais e fraudulentas de 6 de dezembro na Venezuela, o regime ilegítimo de Nicolás Maduro está reprimindo jornalistas.
A Constituição venezuelana protege a liberdade de expressão, proíbe a censura e garante o acesso à informação.
No entanto, a Venezuela caiu 31 posições desde 2014 no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa, classificando-se em 147º lugar entre 180 países, em razão de ataques de Maduro a jornalistas e suas publicações.
“As eleições não podem ser livres/justas sob tal regime”, disse Michael Kozak do Departamento de Estado dos EUA. “O mundo deve responsabilizar Maduro.”
O regime ilegítimo de Maduro é responsável pelo desaparecimento forçado de Roland Carreño, jornalista e ativista do partido da oposição. De acordo com informações da mídia, os vizinhos foram os últimos a ver Carreño pessoalmente na manhã de 26 de outubro. Eles viram quando veículos sem identificação se aproximaram do jornalista e o forçaram a entrar em um dos carros.
Carreño foi detido por 48 horas antes de o regime anunciar sua prisão.
Tarek Saab, procurador-chefe do regime, disse que Carreño foi detido por “participação em planos de conspiração contra a paz democrática”, segundo reportagens da mídia. Saab sofreu sanções de muitos governos, incluindo dos Estados Unidos e de membros da União Europeia, por minar a democracia.
O legítimo presidente interino, Juan Guaidó, denunciou o desaparecimento forçado de Carreño e outros como ele. “Alertamos o mundo sobre seu desaparecimento forçado e responsabilizamos a ditadura por sua integridade física e mental”, disse ele.
Seis dias antes do desaparecimento de Carreño, o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional de Maduro (SEBIN) invadiu a sede do jornal independente Correo del Caroní, em Puerto Ordaz. De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), o SEBIN confiscou um computador e documentos, e impediu o advogado do jornal de entrar nas instalações.
O despacho do juiz autorizando a operação não alegou nenhum delito por parte do jornal.
Após a incursão, o SEBIN prendeu a jornalista María Ramírez Cabello e a funcionária administrativa Susana Reyes, informou o CPJ. O SEBIN as deteve e as interrogou durante seis horas, sem a presença de advogado, antes de libertá-las.
O SEBIN posteriormente devolveu os documentos confiscados, mas não o computador.
Em 12 de outubro, o SEBIN invadiu a casa de David Natera Febres, fundador e diretor do Correo del Caroní. O SEBIN levou Natera Febres, de 80 anos e com problemas de saúde, e o deteve e interrogou por mais de quatro horas sobre a suposta ligação do jornal com seu filho, que é membro do governo interino de Guaidó. Natera Febres também não foi autorizado a ter um advogado presente.
Natera Febres foi libertado mais tarde naquela noite sem acusações.
A parlamentar María Concepción Mulino disse que essas ações ilegais fazem parte de mais de 700 casos documentados de ataques contra jornalistas e suas publicações desde o início do ano. Até 18 de novembro, 365 presos políticos permaneciam encarcerados.
“Faltando menos de dois meses para as fraudulentas eleições parlamentares rejeitadas pela comunidade internacional, o usurpador não se contenta com [a falta] de condições eleitorais legítimas”, disse Concepción Mulino, “mas também intensifica o ataque aos meios de comunicação… [para ocultar] o caos e a corrupção em que essa tirania mergulhou a Venezuela”.