Para os militares colombianos, a proteção dos menores de idade contra o recrutamento forçado por grupos criminosos é uma prioridade.
“No decorrer de 2020, o Exército recuperou cerca de 200 menores recrutados por grupos ilegais”, disse à imprensa o General de Exército Eduardo Enrique Zapateiro, comandante do Exército Nacional da Colômbia, no dia 2 de julho. “As ações foram coordenadas com a Defensoria do Povo e dos Direitos Humanos.”
A consultora presidencial para os Direitos Humanos da Colômbia, Nancy Patricia Gutiérrez, disse à Diálogo, no dia 10 de julho, que desde novembro de 2019 “o país adotou a prevenção do recrutamento, uso, utilização e violência sexual contra os [menores]; o índice de probabilidade de risco alcançou um nível superior alto em 104 municípios”, afirmou.
A Missão de Apoio ao Processo de Paz na Colômbia da Organização dos Estados Americanos (MAPP/OEA) registrou em seu relatório de 18 de maio que em cinco estados do país os menores de idade são recrutados pelas dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), pela guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) e por quadrilhas criminosas como o Clã do Golfo e Los Caparros, entre outras, todas relacionadas com atividades de narcotráfico.
“Devido à COVID-19, os menores não estão indo à escola; eles permanecem nas ruas, situação da qual os grupos criminosos se aproveitaram para abordá-los”, explicou à Diálogo, no dia 23 de julho, o General de Brigada do Exército da Colômbia Juan Carlos Ramírez, comandante da Sétima Divisão. “Eles lhes oferecem [dinheiro] e dão um adiantamento; eles lhes presenteiam com equipamentos eletrônicos, mas quando estão nos acampamentos e querem voltar para casa, os jovens são ameaçados com represálias contra seus familiares.”
O Exército realiza operações nas áreas onde convergem as economias ilícitas e os corredores do narcotráfico. “Ali já conseguimos recuperar menores de idade que já faziam parte das fileiras dos grupos marginais”, disse à Diálogo, no dia 24 de julho, o General de Brigada Marco Vinicio Mayorga Niño, comandante da Terceira Divisão. “Eles são usados no narcotráfico e na segurança dos principais líderes, [para] evitar que sejam alvo da força pública.”
“A maior vulnerabilidade está na população de adolescentes entre 13 e 16 anos, com um tempo médio de 16,5 meses de participação nessas estruturas criminosas. Os dados nos mostram também que 70,1 por cento são homens e 29,9 por cento são mulheres”, finalizou Gutiérrez.