As Forças Militares e de Polícia da Colômbia iniciaram a 14ª edição da Campanha Artemisa, no dia 4 de fevereiro de 2022, no Parque Nacional Natural Serrania de Chiribiquete, com a qual buscam deter o desmatamento, recuperar a selva úmida tropical e processar judicialmente aqueles que desmatam a selva amazônica, informou o Ministério da Defesa em um comunicado.
A Artemisa é um trabalho conjunto entre os Ministérios da Defesa e do Meio-Ambiente; a Procuradoria da Nação; Parques Nacionais Naturais da Colômbia; Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais; e a Força Pública.
O Ministério da Defesa garantiu que serão rigorosos na aplicação da Lei de Crimes Ambientais e que reflorestarão 1.200 hectares de bosques. Nos últimos cinco anos se perderam cerca de 600.000 hectares de bosques na Amazônia colombiana, segundo a plataforma jornalística ambiental Mongabay.
Os incêndios provocados são o método mais utilizado pelas “máfias do desmatamento” para monopolizar as terras dos parques nacionais e das áreas protegidas, publicou a revista colombiana Semana.
“O plano é intervir em 11 pontos especiais nos quais identificamos ações de desmatamento por parte dessas quadrilhas. Realizaremos capturas e várias incursões […]”, disse o ministro da Defesa, Diego Molano.
Os desmatadores mais procurados
De acordo com a ONG norte-americana Crisis Group, o cultivo da folha de coca, a extração de ouro e a pecuária ilegal são as grandes fontes de rendimentos dos grupos armados. Essas atividades alimentam os conflitos e agravam a degradação ambiental.
Para fortalecer essa batalha, o governo colombiano também divulgou no dia 4 de fevereiro os nomes dos 17 criminosos mais procurados por delitos ambientais e desmatamento, dos quais quatro se entregaram, e as autoridades estão em busca dos 13 restantes, informou o Ministério do Meio-Ambiente em um comunicado.
“Isso significa que eles reconhecem que estão cometendo um crime contra o patrimônio natural dos colombianos”, disse no dia 9 de fevereiro o ministro do Meio-Ambiente, Carlos Eduardo Correa. “Ou eles se entregam ou serão capturados”, afirmou.
Com as 13 edições da Campanha Artemisa, que começou em 2019, a Colômbia já recuperou 21.699 hectares de bosques, que estavam sendo degradados, e capturou 582 pessoas por crimes ambientais, informou o Ministério da Defesa.
Novo capítulo da Artemisa
Nesse contexto, o governo colombiano anunciou no dia 23 de janeiro que estenderá a Campanha Artemisa à proteção dos mares nacionais. A Marinha da Colômbia se unirá à nova edição da campanha, “para enfrentar muitas das ameaças aos recifes de coral, como a pesca ilegal de arrastão ou a pesca indiscriminada, que afetam muitas espécies”, acrescentou o presidente Iván Duque, durante o anúncio da extensão da operação militar.
O governo da Colômbia se dispôs a declarar 30 por cento do seu território como área protegida em 2022, o que também inclui os oceanos. Isso significa ampliar em mais de 160.000 quilômetros quadrados as áreas protegidas marinhas, acrescentou El Tiempo.
A Colômbia busca atingir a meta de zero desmatamento até 2030, declarou o Ministério do Meio-Ambiente.