O Comando de Operações Especiais Sul (SOCSOUTH), um subcomponente do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM), juntamente com as Forças Armadas do Chile, realizou o exercício Fused Response nas regiões de Valparaíso e Metropolitana.
“Com esse exercício, o objetivo é trabalhar em conjunto para fortalecer-nos e também aumentar a interoperabilidade”, disse a General de Exército Laura J. Richardson, do Exército dos EUA, comandante do SOUTHCOM, durante sua visita ao Chile em meados de abril, para se reunir com líderes e ver as forças dos EUA e do Chile participarem do exercício, informou o Exército do Chile. “É muito importante que possamos comunicar-nos, que trabalhemos tão próximos que possamos até terminar as orações uns dos outros. É assim de perto que queremos entender-nos.”
“Esse exercício pode ser visto sob três aspectos”, disse à Diálogo Guillermo Holzmann, analista de defesa e acadêmico da Universidade de Valparaíso, no Chile, em 25 de maio. “Primeiro, pelo acesso aos protocolos de comando e comunicações para o planejamento e o destacamento das forças [otimizando] os recursos; segundo, pelo cuidado com os recursos humanos especializados e seu treinamento permanente em sistemas de comunicações, armamentos e capacidade de coordenação em comandos táticos e estratégicos; e terceiro, pela coordenação e treinamento em conceitos de segurança internacional sob a égide da Organização das Nações Unidas e dos interesses de cada Estado.”
O Fused Response 2023, realizado de 17 a 26 de abril, é um esforço anual contínuo para melhorar a prontidão e a interoperabilidade entre os componentes do SOUTHCOM e várias agências e países parceiros, para responder de forma eficaz e rápida aos desafios de segurança regional. Em sua versão no Chile, foram testadas várias habilidades e capacidades em áreas-chave, como planejamento estratégico, logística, comunicação e tomada de decisões em situações altamente exigentes diante de ameaças assimétricas.
O exercício foi realizado a convite do Chile por meio de seu Estado-Maior Conjunto. O Comando de Operações Especiais (COPE), do Exército do Chile, foi responsável por coordenar a execução do exercício, desde a chegada do pessoal militar estrangeiro até o destacamento de meios motorizados e aéreos, informou o Exército do Chile em seu site.
Além do COPE, participaram pela Marinha do Chile sua Aviação Naval e seu Grupo de Abordagem e Registro, um grupo de elite que inclui o Comando de Forças Especiais e o Grupo de Resposta Imediata. Pela Força Aérea do Chile, participaram os comandos de aviação do Regimento de Artilharia Antiaérea, as Forças Especiais da Escola Tática de Quintero e o Grupo de Aviação Nº 9 da 2ª Brigada Aérea, informaram ambas as forças no Facebook.
Os postos de comando para o desenvolvimento do exercício foram localizados no terreno de Colina, Região Metropolitana da Brigada de Operações Especiais Lautaro, pertencente ao COPE. De lá, as forças de ambas as nações monitoraram e controlaram seu desenvolvimento. A Gen Ex Richardson chegou à instalação militar e se reuniu com o General de Exército Javier Iturriaga, comandante em chefe do Exército do Chile, para percorrer os postos de comando.
“O fato de o SOUTHCOM ter decidido realizar o exercício no Chile deve-se às características que vê em nosso país: somos um país amigo, com um impacto estratégico”, disse o Tenente-Coronel Davor Versalovic, do Exército do Chile, chefe do COPE e oficial de ligação para o exercício. “Os Estados Unidos confiam no profissionalismo de nossas forças armadas e de nossas forças especiais.”
O exercício desenvolveu um cenário simulado que envolveu uma situação de emergência nacional. As forças participantes tiveram que enfrentar desafios e ameaças complexas, como desastres naturais, distúrbios civis e situações de crise humanitária.
Esse ambiente fictício permitiu que os participantes praticassem suas habilidades e conhecimentos em um contexto realista e desafiador, que incluiu atividades e manobras como operações no terreno, exercícios de reação rápida, simulações de resgate e evacuação e missões de apoio humanitário. Além disso, foram realizados exercícios de comunicação e coordenação entre os diferentes níveis de comando, destacando a importância da sinergia e da colaboração entre as forças participantes.
“O Fused Response não é apenas importante, mas também é fundamental para manter as capacidades operacionais em um nível de excelência”, disse Holzmann. “Os interesses dos EUA coincidem com os do Chile em termos de projeção oceânica, terrestre, garantia da soberania e apoio à continuidade operacional do Estado.”
“Ao realizar esse exercício no Chile, os Estados Unidos efetuam uma maior integração das tropas chilenas em suas diferentes instâncias, concluiu o Ten Cel Versalovic. “Esse tipo de exercício nos posiciona em um lugar de referência em relação a outros países da região.”