As forças de segurança da Bolívia erradicaram mais de 2.000 hectares de plantas de coca entre abril e junho de 2021.
“Ao todo, já foram erradicados, até o momento, 2.386 hectares”, disse o vice-ministro de Defesa Social e Substâncias Controladas, Jaime Mamani, em uma entrevista ao programa Primer Plano, do canal Bolívia TV, no dia 24 de junho.
Cochabamba foi o estado com mais cultivos eliminados (1.733 hectares), seguido por Santa Cruz (344) e La Paz (309). Segundo Mamani, as cifras ultrapassam os 531 hectares erradicados durante todo o primeiro semestre de 2020. A meta é eliminar 9.000 hectares este ano.
Além da erradicação de cultivos ilegais, as forças militares também destruíram pistas de pouso utilizadas pelos narcotraficantes. No dia 21 de junho, por exemplo, a Força Especial de Luta contra o Narcotráfico (FELCN) encontrou uma pista clandestina no município de Santa Rosa, no estado de Beni.
Ali os agentes do Grupo de Investigações de Operações Especiais Trinidad, da FELCN, encontraram 305 quilos de cocaína durante a Operação Lince. A droga estava escondida em 300 pacotes em formato de tijolos dentro de 10 sacos de juta em um esconderijo, informou o ministro de Governo Carlos Eduardo del Castillo del Carpio, em um comunicado, no dia 25 de junho.
De acordo com o jornal boliviano Los Tiempos, a pista tinha 700 metros de comprimento em um local denominado Buen Retiro. Os agentes também “destruíram e incineraram três tambores de cor azul com 180 litros de uma substância de característica similar ao AVIGAS [combustível para aviões pequenos]”, disse a FELCN.
Megalaboratório
A erradicação de cultivos durante o último trimestre também ocorreu paralelamente à destruição de laboratórios de cristalização de cocaína. O maior deles foi encontrado no dia 21 de maio, nas proximidades da comunidade indígena Santa Teresita, no estado de Beni.
“O laboratório tinha capacidade para produzir entre 100 e 200 kg de cristalização de coca por dia”, informou o ministro Castillo à agência EFE.
Localizado no território indígena Parque Nacional Isiboro Sécure, na Amazônia boliviana, o complexo tinha 11 ambientes para fabricação, manipulação, destilação, diluição e secagem. Ali podiam trabalhar cerca de 20 pessoas, disse o ministro Castillo.
Estratégia 2021-2025
As iniciativas antidrogas dos próximos anos fazem parte da Estratégia contra o Tráfico Ilícito de Substâncias Controladas e Controle da Expansão de Cultivos de Coca 2021-2025 da Bolívia.
O plano se baseia em cinco eixos centrais: controle eficiente das substâncias controladas; redução sustentável de cultivos excedentes de coca; prevenção integral do consumo de drogas; regionalização dos esforços internacionais no âmbito da responsabilidade comum e compartilhada; e o meio-ambiente, gênero e direitos humanos como o eixo transversal.
Foi isso que o vice-ministro Mamani explicou durante a primeira reunião do Grupo Temático sobre Drogas, realizada no dia 24 de maio, com apoio do Gabinete das Nações Unidas para Drogas e Crimes. A reunião contou com a presença de representantes de países como Argentina, Brasil, Colômbia, Estados Unidos e Paraguai.