Uma análise de tuítes enviados durante os recentes protestos no Chile, mostrando que a maioria das contas estrangeiras apoiavam acentuadamente as marchas e uma mudança de governo, poderia fortalecer as denúncias de que Cuba, Venezuela e Nicarágua estariam eventualmente por trás de muitos distúrbios na América Latina.
A análise estatística de mais de quatro milhões de tuítes feita pela empresa chilena ConnectaLabs não detalha o conteúdo dos tuítes, mas mostra que a polaridade das mensagens era nitidamente favorável às marchas e às mudanças políticas ou desaprovava o atual governo do Chile.
A ConnectaLabs é clara ao mostrar que a maioria dessas contas estrangeiras eram venezuelanas, nicaraguenses e cubanas, e as conclusões coincidem com uma investigação anterior do centro de estudos do Conselho do Atlântico, que demonstrou uma intensa atividade de contas venezuelanas, parte delas identificadas como simpatizantes do governo em disputa.
O estudo publicado pelo Conselho do Atlântico, que analisou um volume menor de mensagens do que o da ConnectaLabs, porque abrangeu a semana de 16 a 25 de outubro, afirmou que 20 por cento dos perfis radicados na Venezuela que difundiram mensagens sobre os protestos no Chile se definiam como chavistas ou bolivarianos.
Segundo o jornal espanhol ABC, várias contas muito ativas na disseminação de mensagens chavistas utilizavam, de maneira especialmente intensa nas últimas semanas, hashtags alusivas às principais crises atuais no continente, como #ChileResiste, #EcuadorEnResistencia ou #BoliviaDecide.
O jornal digital cubano 14yMedio informou que o presidente em disputa da Venezuela, Nicolás Maduro, o ministro da Cultura, o canal Telesur e seus jornalistas utilizam as hashtags #chiledesperto, #chilesecanso (Chile se cansou) e #lamarchamasgrandedechile (a maior manifestação do Chile), em referência a um estudo sobre redes sociais.
Entre as contas mais ativas em Cuba, incitando as manifestações e criticando o governo chileno, está @YanetDCuba, que além disso reenvia centenas de tuítes do presidente cubano Miguel Díaz-Canel, bem como de funcionários e adeptos do governo de Cuba, afirma 14yMedio. Outras hashtags como #ChileViolaLosDerechosHumanos (Chile viola os direitos humanos), #LosMilicosNoSonTusAmigos (os militares não são seus amigos), #ChileNoQuiereMigajas (Chile não quer migalhas), #RenunciaPiñera, #ChileQuiereCambios (Chile quer mudanças) foram identificadas pelo governo do Chile durante os dias de protestos sociais, informou a página América Digital Noticias.