Em novembro de 2020, completa-se três anos da assinatura do acordo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). No entanto, a violência continua a ser praticada por dissidentes que não aderiram ao acordo e que atuam criminosamente, inclusive ameaçando com represálias aqueles que aceitaram deitar suas armas.
Em meados de julho, no noroeste do pais, 94 ex-combatentes e suas famílias começaram a mudar de cidade devido aos riscos que estavam enfrentando. Partiram para se instalar em outro município, onde o governo preparou o local para receber as famílias.

Desde o início do processo de paz, 206 ex-membros das FARC foram assassinados. Desse total, 33 assassinatos ocorreram apenas em 2020, segundo o informe trimestral da Missão de Verificação das Nações Unidas na Colômbia, com dados referentes ao período de 27 de março a 26 de junho de 2020.
As ameaças e mortes de ex-combatentes são atribuídas a disputas por territórios de produção de coca por parte de outros grupos armados, como o Exército de Libertação Nacional, ou por narcotraficantes e dissidentes das FARC que continuam organizados de forma criminosa.
Em junho, em Cauca, departamento no sudoeste da Colômbia que tem os maiores índices de violência, de acordo com o informe trimestral da ONU, o Exército colombiano resgatou dois turistas, um brasileiro e um suíço, que haviam sido sequestrados havia três meses pelo grupo dissidente das FARC conhecido como Coluna Móvel Dagoberto Ramos. Na ação do Exército, um dos captores foi preso em flagrante.
Além de sequestros, o grupo é acusado de assassinatos, como o massacre que levou à morte de cinco líderes sociais indígenas em outubro de 2019, e de realizar perseguições e ameaças contra ex-combatentes aderentes ao acordo de paz. Um dos líderes da Coluna Móvel Dagoberto Ramos, Israel Méndez Quitumbo, foi preso no final de junho em ação conjunta das Forças Armadas e da polícia colombianas.