O Coronel Luis Guimpel é diretor de Ciberdefesa do Exército Argentino e serviu como chefe da célula de defesa cibernética do Comando das Forças Multinacionais durante o PANAMAX 2022. Diálogo conversou com Col Guimpel sobre sua participação neste exercício, que contou com 19 países.
Diálogo: Em que capacidade foi realizado o exercício na área da defesa cibernética?
Coronel Luis Guimpel, diretor de Defesa Cibernética do Exército Argentino: Basicamente, meu departamento de pessoal no PANAMAX 2022 coordena todas as ações para detectar e responder aos ataques cibernéticos às forças militares e à infraestrutura da Nova Centrália [um país fictício criado para o exercício].
Diálogo: Como isso se compara a uma situação real?
Cel Guimpel: É exatamente a mesma coisa. Aqui praticamos situações como na vida real.
Diálogo: Existe uma verdadeira troca de informação sobre defesa cibernética em um exercício como o PANAMAX?
Cel Guimpel: Sim, de fato, um major e um suboficial americanos, que estão aqui trabalhando comigo, estiveram na Argentina em maio [de 2022] visitando nossa diretoria de Defesa Cibernética, da qual eu sou o diretor.
Diálogo: E como a Argentina está se saindo na área da ciberdefesa?
Cel Guimpel: Graças a Deus, estamos indo muito bem, embora haja restrições orçamentárias no momento. Mas estamos organizados e estamos gerando material tanto em nível estratégico quanto nos níveis operacional e tático.
Diálogo: Qual foi a principal lição aprendida no PANAMAX 2022?
Cel Guimpel: A principal lição é a interoperabilidade, que é uma palavra fácil de dizer, mas difícil de alcançar. A única maneira de alcançar a interoperabilidade é trabalhar em conjunto e praticar juntos para alcançar uma linguagem comum, procedimentos comuns e sistemas de trabalho comuns, que se você espera situações reais, então elas talvez não possam ser realizadas. No que diz respeito à defesa cibernética, que é meu trabalho específico, pertencemos ao Fórum Ibero-Americano de Defesa. Somos dez países que se encontram todos os anos, compartilham experiências, doutrinas e metodologias de trabalho. A Argentina está tentando progredir nesta área com nossa própria doutrina e nosso próprio material. Estamos gerando material tático de defesa cibernética, e este tipo de exercício é bom para compartilhar conhecimentos e ideias. A coisa mais importante que você tira deste tipo de exercício é a interoperabilidade.