Em 21 de Abril, a Bolívia e o Brasil formaram o Gabinete Integrado contra o Crime Organizado, que se reunirá uma vez por mês e unificará os esforços para combater o crime transnacional. A iniciativa foi levada a cabo pelo governo da Bolívia e pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) do estado brasileiro do Acre.
“Concluímos uma importante reunião em Santa Cruz [Bolívia], onde discutimos questões relacionadas à segurança dos cidadãos na fronteira”, disse o ministro de Governo da Bolívia, Eduardo del Castillo, segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI).
Este é o primeiro gabinete criado por um estado brasileiro com a participação de autoridades estrangeiras, para combater a criminalidade na fronteira, informou o site brasileiro G1.
“O encontro foi muito objetivo e esclarecedor, pois procurou atalhos importantes para o sistema de segurança pública e para a integração e coordenação de ações integradas”, disse o diretor de Operações da SEJUSP, Coronel Ulysses Araújo, de acordo com o site da AcreTV.
Tarefas conjuntas
As tarefas do Gabinete Integrado contra o Crime Organizado incluirão o patrulhamento policial conjunto na região fronteiriça, a criação de redes de resposta e ações policiais imediatas, bem como a criação de oficiais de ligação e pessoal de contato, informou o site boliviano La Voz de Tarija.
A entidade promoverá também a troca de informações entre a polícia boliviana e a brasileira e instituições de controle migratório e a polícia, e também agendará reuniões periódicas para avaliar as ações realizadas, informou a ABI. Está também prevista a realização em maio do 2º Encontro sobre Segurança Cidadã na Região Fronteiriça Bolívia-Brasil, informou o Ministério do Governo da Bolívia no seu site.
Aumento da criminalidade
A formação do Gabinete responde a um aumento da criminalidade na região fronteiriça. “No final de março e princípio de abril, os confrontos entre grupos criminosos se intensificaram ao longo da fronteira entre o Brasil e a Bolívia”, noticiou o G1.
A razão dos novos confrontos teria sido a morte do chefe de uma facção de traficantes de drogas na Bolívia. “A ordem de assassinato veio de dentro da prisão da cidade boliviana de Riberalta e, após o crime, foram registrados vários ataques, tanto no país vizinho, como nas cidades fronteiriças do Acre”, disse o G1.
De acordo com o site brasileiro, a região do Alto Acre foi a que registrou o maior número de crimes violentos, mas a criminalidade também aumentou em Rio Branco (capital do estado) e em municípios como Senador Guiomard, Sena Madureira e Bujari.
“O combate ao crime transnacional é uma questão que diz respeito a todos os países que são afetados, e só trabalhando em coordenação é que poderemos proteger nossos cidadãos e cidadãs”, ressaltou o ministro Del Castillo.