Os países da América Central e do Caribe precisam trabalhar juntos com os amigos e aliados para enfrentar os problemas futuros, disse a General de Exército dos EUA Laura J. Richardon, comandante do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM) aos participantes da Conferência de Segurança Centro-Americana (CENTSEC, em inglês), em Belize, no dia 1º de fevereiro.
A Gen Ex Richardson lembrou que os países compartilham valores e etos democráticos, uma boa base sobre a qual os militares da região podem cooperar. O encontro reuniu ministros da Defesa e da Segurança Pública e chefes de Defesa de Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Panamá e República Dominicana, além de representantes do Canadá, Colômbia, França, Holanda, México e Reino Unido.
A Gen Ex Richardson não detalhou os problemas enfrentados pela região e que requerem cooperação em todos os níveis. “Também estamos conectados pelas ameaças transversais que enfrentamos e pelos desafios coletivos que elas representam”, disse ela, destacando os desafios da COVID-19; as organizações criminosas transnacionais que traficam drogas, armas e pessoas; as campanhas de hackers e desinformação patrocinadas pelos Estados; bem como desastres naturais. “Precisamos trabalhar juntos para preservar nossa região – nossa vizinhança – e mantê-la segura.
A Gen Ex Richardson citou “a defesa integrada”, um termo popularizado pelo secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin III, como uma estratégia para enfrentar essa miríade de desafios. “[Defesa integrada] significa reunir todos os aliados e parceiros, utilizando todas as ferramentas disponíveis de combate às ameaças, incluindo todas as agências governamentais, o setor privado, a indústria e as organizações não governamentais”, afirmou.
A Gen Ex Richardson detalhou os passos concretos para ajudar as nações da região a cooperar. O CENTSEC é uma área própria. A conferência, continuou, permite que os parceiros se sincronizem uns com os outros para compartilhar as melhores práticas e obter uma compreensão das ameaças mútuas. Tudo isso aumenta a interoperabilidade.
A oficial gostaria de criar mais oportunidades para que os aliados regionais participem do programa internacional de educação e treinamento militar dos EUA e para que o pessoal norte-americano trabalhe com seus homólogos da América Central. Ela destacou o próximo exercício em Honduras – o Fuerzas Comando – como uma oportunidade.
Lidar com infraestruturas cruciais é outra área de cooperação. “O Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA vem trabalhando com o Panamá em um sistema de fornecimento de água que beneficiará mais da metade da população panamenha”, declarou. “E mais ainda, esse projeto é sustentável e protegerá o meio-ambiente.” Há um outro projeto no Porto de Manzanillo, na República Dominicana.
Um outro exercício, patrocinado pelo Centro de Coordenação para Prevenção de Desastres na América Central e na República Dominicana, se concentra na ajuda regional em caso de desastres. “A Força-Tarefa Conjunta Bravo do SOUTHCOM em Soto Cano, Honduras, está participando, oferecendo intercâmbios de especialistas em assistência humanitária”, acrescentou. “De agora em diante, o Sentinel Watch será um exercício anual antes da temporada de furacões, para que todos nós estejamos prontos quando, e não se, um desastre natural acontecer. E todos os anos o SOUTHCOM realiza o Resolute Sentinel, onde engenheiros civis e profissionais médicos prestam assistência que salva vidas em toda a região. Todas essas oportunidades são excelentes alternativas para criar nossa prontidão para responder ao próximo grande desastre.”
Por fim, a general deseja aprofundar os relacionamentos existentes através do Programa de Parceria Estatal da Guarda Nacional dos EUA. “Neste ano, a Guatemala e a Guarda Nacional de Arkansas comemoram 20 anos de parceria”, disse a oficial. “No ano passado, Belize e a Guarda Nacional da Luisiana celebraram 25 anos de parceria. Membros das Guardas Nacionais de Missouri, New Hampshire e Porto Rico farão intercâmbio com seus colegas centro-americanos das melhores práticas em cibersegurança, segurança civil e planejamento de contingências em desastres.”