O Capitão de Mar e Guerra da Marinha do Chile Guillermo Ceballos, com 32 anos de serviço militar, é um dos 11 conselheiros do programa Conselheiro Militar de Nações Parceiras (PNMA, em inglês) para o Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM).
O CMG Ceballos, natural da cidade de São Fernando, localizada na região do Libertador General Bernardo O’Higgins, no Chile, é especialista em fuzileiros navais. Ele se incorporou ao PNMA em janeiro de 2020 e desde então atua como oficial de ligação entre seu país e os Estados Unidos através do PNMA, programa criado pelo SOUTHCOM em 1998 e anteriormente conhecido como programa Oficial de Ligação das Nações Parceiras.
Diálogo: Qual é a importância para o Chile de participar do PNMA?
Capitão de Mar e Guerra da Marinha do Chile Guillermo Ceballos, conselheiro do programa Conselheiro Militar de Nações Parceiras para o SOUTHCOM: Nós aderimos ao PNMA em 2001 e há 20 anos participamos desse programa ininterruptamente. Através dos anos, mais países se integraram, o que significa que sua importância transcende as fronteiras. Pessoalmente, creio que o programa oferece um excelente nível de comunicação entre todos os participantes, especialmente pelos interesses comuns existentes na região. Isso nos ajuda a estabelecer e incrementar os laços de amizade com os representantes das diferentes nações, facilitando os elos [coordenações] entre nossas forças armadas e permitindo que nossos objetivos comuns se materializem da melhor maneira.
Diálogo: O SOUTHCOM tem 11 oficiais no PNMA. Por que é importante que as nações parceiras do hemisfério ocidental se integrem a esse programa?
CMG Ceballos: Onze países representados no PNMA indicam por si só a importância que têm para a região. Ao longo do tempo, ficou demonstrado que os diferentes problemas ou ameaças que afetam a região podem ser melhor enfrentados em conjunto, ou através de partnerships [parcerias] do que individualmente [ou isoladamente], e assim é possível chegarmos a resultados de forma eficiente e transversal.
Diálogo: Quais são suas metas como representante do Chile no SOUTHCOM?
CMG Ceballos: O trabalho de um oficial de ligação, em termos gerais, é ser um elo ou link entre ambas as organizações, nesse caso entre o Estado-Maior Conjunto do Chile e o SOUTHCOM, para facilitar as diferentes instâncias de diálogos ou coordenação, intercâmbios de experiências e exercícios bilaterais ou multinacionais que possam existir. Assim sendo, minhas metas nesse sentido visam fazer com que essas comunicações sejam o mais fluidas e eficientes possível, para alcançar os objetivos a que ambas as organizações se propuseram.
Diálogo: Como a pandemia do coronavírus afetou o Chile, e como as forças armadas ajudaram as autoridades civis?
CMG Ceballos: Tal como os demais países do mundo, o Chile foi afetado em todas as atividades que estava desenvolvendo, tanto internas quanto externas. Isso nos obrigou a realizar longos período de quarentena e adotar as precauções necessárias para mitigar os efeitos decorrentes da mesma, especialmente sobre a população. Ainda assim, até março de 2021, tivemos aproximadamente 800.000 contagiados e um número superior a 20.000 mortos e, por isso, a chegada de uma vacina se tornou indispensável. É por essa razão que, desde o final de dezembro de 2020, começamos o processo de vacinação, o que esperamos que traga resultados positivos em um futuro próximo e nos permita voltar a nossas atividades de uma maneira normal, ou o mais próximo possível do que tínhamos antes.
Quanto ao apoio que as forças armadas deram às autoridades civis, desde o primeiro dia após ser declarada a pandemia da COVID-19, o governo do Chile decretou estado de emergência, o que permite que as forças possam apoiar diretamente as necessidades que se apresentem. Foi assim que as forças armadas, em sua totalidade, orientaram seus recursos e esforços ao importante papel de apoiar as diferentes instituições do Estado, principalmente no que se refere à segurança interior e à saúde em todo o país.
Diálogo: Quais as lições de cooperação que o senhor espera levar ao seu país quando termine sua missão no SOUTHCOM?
CMG Ceballos: Há quase duas décadas nós participamos desse programa ininterruptamente e somos testemunhas presenciais de quão frutíferas são as relações desenvolvidas nesse tipo de ambiente de trabalho, onde cada componente se esmera para oferecer o melhor de sua capacidade para obter um entendimento muito bom entre as partes e um sólido trabalho de equipe. Assim sendo, essas lições sempre são acompanhadas de companheirismo, que em curto prazo se transforma em uma amizade que fortalece a confiança e faz com que o trabalho realizado nesse Comando seja tangível e reconhecido por todos os participantes.