O Coronel do Exército Argentino Horacio Alonso, com 36 anos de serviço militar, é conselheiro do programa Conselheiro Militar de Nações Parceiras (PNMA, em inglês), para o Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM), desde setembro de 2019.
O Cel Alonso conversou com Diálogo sobre a missão e seu trabalho interagencial como representante do PNMA, programa criado pelo SOUTHCOM em 1998 e conhecido tradicionalmente como programa Oficial de Ligação das Nações Parceiras.
Diálogo: Qual é a importância da participação da Argentina no PNMA?
Coronel do Exército Argentino Horacio Alonso, conselheiro militar do PNMA para o SOUTHCOM: A Argentina e os demais países que integram o continente americano formam um bloco regional que compartilha valores, ideias e ameaças comuns, tanto de agentes estatais como de não estatais, que podem prejudicar nossos interesses e afetar nossa liberdade. Nesse contexto, é importante que os países da região formem sociedades positivas e inteligentes que nos permitam fazer frente às ameaças e nos fortaleçam para combater os desafios regionais e globais. As Forças Armadas Argentinas estão comprometidas com os valores de democracia, soberania, direitos humanos, estado de direito e prosperidade, que sustentam nossa nação.
A Argentina foi um dos primeiros países que se integrou ao PNMA em 1998. Foi fundamental para nós estarmos no programa, pois isso nos permite disponibilizar cooperação, profissionalismo, responsabilidade e capacidade, para termos uma região mais estável e segura junto com os países parceiros.
Diálogo: Quais são suas metas como representante da Argentina no SOUTHCOM?
Cel Alonso: Eu busco a maior interação entre as Forças Armadas do meu país e o SOUTHCOM. Trabalhamos de maneira proativa com planos, operações, exercícios e capacitação regional combinados, dentro da área de operações do SOUTHCOM. Por outro lado, realizamos a coordenação de assuntos militares entre o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e o Ministério da Defesa do meu país com as armas das forças militares e os integrantes do SOUTHCOM. Outra meta que tenho é realizar uma ligação lateral com as nações parceiras e manter uma compreensão e cooperação de suas operações e atividades.
Diálogo: Qual é sua prioridade nesse momento?
Cel Alonso: Minha prioridade é cumprir as funções de assessor, facilitador, coordenador e interlocutor, para promover o fortalecimento e a integração regional, a confiança mútua, a transparência, a interoperabilidade, a capacitação, o treinamento e a educação, o intercâmbio de experiências e a possibilidade de acesso a equipamentos específicos.
Diálogo: Como a pandemia do coronavírus afetou a Argentina e como as forças armadas ajudaram as autoridades civis?
Cel Alonso: Em toda a extensão do país, inclusive até nos rincões mais longínquos, as Forças Armadas Argentinas se fizeram presentes em um ano marcado pela pandemia. Os homens e mulheres das forças armadas se colocaram à disposição das autoridades através da Operação General Manuel Belgrano, que conta com o maior destacamento militar desde a Guerra das Malvinas. Uma das características a se destacar dessa operação é que se trata de uma atividade de natureza logística e interagencial, formada por uma grande equipe de trabalho com a intervenção de outros ministérios, como o da Segurança, Ação Social, Saúde, bem como municípios, organizações sociais e não governamentais.
Diálogo: Quais as lições de cooperação que o senhor espera levar de volta ao seu país quando terminar sua missão no SOUTHCOM?
Cel Alonso: São muitas as lições que aprendemos nessa missão. Creio que uma das mais importantes é a capacidade de interoperar entre as diferentes forças armadas dos países integrantes do PNMA, tanto em operações específicas quanto naquelas que manifestam a solidariedade, como as operações de assistência humanitária.