No dia 3 de dezembro de 2019, os Estados Unidos impuseram sanções econômicas contra seis navios por transportarem petróleo da Venezuela para Cuba, no âmbito da campanha de Washington para forçar a saída do governante venezuelano Nicolás Maduro, cujo governo é considerado uma ditadura.
O Departamento do Tesouro disse que seis embarcações de propriedade da companhia estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) foram incluídas na lista negra do Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, em inglês), que proíbe qualquer transação com indivíduos ou entidades dos EUA.
Além disso, foi identificado outro navio, o Esperanza, como propriedade da empresa Caroil Transport Marine Ltd., com sede em Havana, sancionada em setembro. O Esperanza havia sido designado pela OFAC em abril, quando figurava sob o nome de Nedas, segundo um comunicado.
“Enquanto o povo venezuelano continua saindo às ruas para exigir os serviços básicos e o retorno à liberdade e à prosperidade, Maduro escolhe enviar um recurso natural vital para Cuba, em troca de serviços de segurança e inteligência cubanos para preservar sua influência na Venezuela”, declarou o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo.
“Cuba continua respaldando Nicolás Maduro, subvertendo o direito do povo venezuelano à autodeterminação e debilitando as instituições venezuelanas”, acrescentou, prometendo que os Estados Unidos continuarão responsabilizando Cuba por seus atos em relação à Venezuela.
Washington, que desconhece o governo de Maduro por considerá-lo resultado de eleições fraudulentas, acusa Havana de ser um dos principais aliados do governante, que continua no poder com apoio também da Rússia e da China, apesar do desafio aberto do chefe do Parlamento, Juan Guaidó, reconhecido desde janeiro como presidente interino pelos Estados Unidos e por cerca de 50 outros países.
“Denuncio novas ações ilícitas não convencionais do governo dos Estados Unidos, com o objetivo de privar Cuba do abastecimento de petróleo”, respondeu no Twitter o chanceler cubano Bruno Rodríguez.
“Essas são práticas de ameaça e castigo de gângsteres contra relações comerciais legítimas entre Estados soberanos. Cuba continua em pé de guerra”, acrescentou. Essas medidas complicaram o abastecimento de combustível na ilha.
As sanções, que se somam a uma bateria de medidas punitivas aplicadas desde 2017 pelo governo de Donald Trump contra funcionários, ex-funcionários e entidades venezuelanas e cubanas, tentam mostrar como Maduro fornece petróleo cru à “ditadura cubana”, enquanto os venezuelanos “passam fome”, disse o Tesouro.
As seis embarcações sancionadas se denominam Ícaro, Luisa Cáceres de Arismendi, Manuela Sáenz, Paramaconi, Terepaima e Yare.
O Tesouro informou que desde setembro a PDVSA faturou a Cubametales, a empresa estatal cubana de importação e exportação de petróleo cru, incluída em julho na lista negra da OFAC, cerca de 1,3 milhão de barris de petróleo entregues três meses antes. O dinheiro recebido pelas remessas deveria ser transferido para uma conta bancária russa, informou.
Elliott Abrams, representante especial dos Estados Unidos para assuntos da Venezuela, disse no dia 27 de novembro que o governo de Maduro havia enviado petróleo para Cuba pelo valor de US$ 900 milhões.