O tráfico de drogas e de pessoas no hemisfério são desafios que o Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM) deve assumir junto aos países aliados da região. Foi o que disseram os altos comandos militares à Voz da América.
Segundo o Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller, comandante do SOUTHCOM, nações como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guatemala e Honduras são seus mais fortes aliados na luta contra os principais desafios que enfrenta a região.
Os desafios são combatidos através da coordenação entre agências e a cooperação na luta contra as “organizações transnacionais criminosas”, as quais, ele ressaltou, “são organizações criminosas assassinas, que controlam os territórios e estão muito bem apoiadas financeiramente, inclusive nós também enfrentamos muita corrupção”.
Esse é um problema que, ainda que não seja exclusivo da região, é um flagelo contra o qual a América Latina deve lutar, bem como contra as numerosas consequências que derivam do narcotráfico.
Por sua vez, o Vice-Almirante (FN) do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA David Bellon, atual comandante das Forças do Corpo de Fuzileiros Navais, Sul, dos EUA, componente do SOUTHCOM, e da Reserva das Forças do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, destacou a transcendência do trabalho contínuo em equipe entre todas as forças militares do hemisfério contra as organizações que também mantêm estreita relação com o terrorismo.
“Entendemos que essas ameaças geram debilidades na região e destroem as democracias, e outros governos querem tirar vantagem de nossos amigos no hemisfério. Assim sendo, nossa mensagem é que os estamos observando e, juntos, enfrentaremos essas ameaças”, disse o V Alte Bellon.
Venezuela sob a lupa
O Alte Esq Faller advertiu que a situação da Venezuela permanece sob a lupa do SOUTHCOM, devido à instabilidade que gera na região.
“O que vem ocorrendo dentro da Venezuela é essencialmente um Estado sem lei, com o ELN [Exército de Libertação Nacional], com as FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia], que estão ganhando território e trabalham diretamente com o regime de Maduro em seu próprio benefício, apesar do sofrimento do seu povo.”
As declarações do Alte Esq Faller coincidem com o que foi revelado pelo Observatório Venezuelano de Conflito Social em seu relatório de abril.
Tanto o Alte Esq Faller quanto o V Alte Bellon concordam que a COVID-19 se tornou mais um elemento de debilidade para as nações do continente.