As forças de segurança da Argentina desferiram sucessivos golpes ao narcotráfico entre setembro e outubro, em cooperação com os países da região.
Um dos golpes mais importantes ocorreu em 28 de outubro, quando agentes da Polícia Federal Argentina (PFA) e da Polícia Nacional do Peru (PNP) capturaram em Lima Raúl Martín Maylli Rivera, conhecido como Dumbo, o traficante de drogas mais procurado pela justiça argentina. Vulgo Dumbo estava em fuga há mais de um ano e administrava a venda de drogas em um bairro de Buenos Aires, segundo as autoridades da Argentina.
“Algo que chamou a atenção da PNP durante a prisão de Raúl Martín Maylli é que ele foi listado como falecido”, noticiou o jornal El Comercio do Peru. “Eles até encontraram uma certidão de óbito em seu quarto. De acordo com o Registro Nacional de Identificação e Estado Civil, vulgo Dumbo havia falecido em 25 de janeiro deste ano [2022]”, disse El Comercio.
“[Maylli] realizava suas atividades com uma carteira de identidade falsa da República Plurinacional da Bolívia”, afirmou o General de Exército Denis Rodríguez, da PNP, chefe da Diretoria Antidrogas do Peru, em declarações divulgadas pelo site Perú21. A operação foi realizada por agentes da PFA e seus homólogos peruanos, depois de rastrear as pessoas de extrema confiança de vulgo Dumbo na Argentina e no Uruguai, informou o diário argentino Página12.
O líder peruano da droga tinha um mandado de prisão nacional e internacional desde maio de 2021, tendo sido identificado pelo sistema judicial argentino como “o chefe de uma organização envolvida principalmente com a distribuição e comercialização de substâncias entorpecentes”, em Buenos Aires, declarou Página12.
Mais de 2 toneladas de maconha
Em 9 de outubro, em outro golpe contra o narcotráfico regional, membros do 50º Esquadrão Posadas, da Gendarmaria Argentina, apreenderam quase 2,4 toneladas de maconha na província de Misiones. A operação começou quando os oficiais obtiveram informações sobre a transferência suspeita de pacotes por duas pessoas de uma casa localizada na cidade de Garupá.
“Ao entrar na casa, [os oficiais] descobriram as drogas em 2.352 pacotes empilhados no quarto e na sala”, disse à Diálogo o Departamento de Comunicações Institucionais da Gendarmaria. As duas pessoas fugiram para a região montanhosa, abandonando uma bolsa com pacotes de drogas dentro.
Cooperação com Paraguai
As autoridades argentinas também intensificaram a cooperação com seus homólogos do Paraguai na luta contra o narcotráfico. Em meados de setembro, a chefe da Agência Federal de Inteligência da Argentina, Cristina Caamaño, reuniu-se no Paraguai com os ministros encarregados da Secretaria Nacional de Inteligência, Esteban Aquino, e da Secretaria Nacional Antidrogas, Zully Rolón.
“Durante as reuniões, foram feitos progressos nos mecanismos de cooperação relacionados a áreas de interesse, como o narcotráfico transnacional e o crime organizado, que podem afetar ambos os países”, disse o governo argentino em um comunicado. “Caamaño destacou a agenda comum e enfatizou a necessidade de coordenar os esforços contra as redes criminosas que operam além das fronteiras dos Estados”, disse o governo argentino.
Lavagem de dinheiro
Em paralelo à luta contra o narcotráfico, as forças de segurança argentinas realizaram operações contra a lavagem de dinheiro. Em 28 de outubro, a Gendarmaria desmantelou uma organização criminosa que operava na província de Catamarca. No total, 11 pessoas foram presas como resultado de 19 batidas em San Fernando, capital da província. “Os gendarmes prenderam sete homens e quatro mulheres por suposta lavagem de dinheiro”, disse a Gendarmaria.
Durante a operação, as autoridades também apreenderam 14 veículos, armas de fogo e munições de diferentes calibres, computadores, discos de armazenamento de informações, câmeras fotográficas, máquinas de contagem de bilhetes, dinheiro em espécie e moeda estrangeira, talões de cheques e telefones celulares, disse a Gendarmaria.