No dia 9 de outubro de 2021, autoridades paraguaias anunciaram a captura de Miguel Ángel Servín, líder de uma organização narcotraficante dedicada a enviar cocaína em contêineres para a Europa e o Oriente Médio, informou a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD) em um comunicado. De acordo com a SENAD, Servín, capturado na zona de Villa Morra, em Assunção, estava há muitos anos sob investigação e teria conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores organizações criminosas do Brasil, no negócio do narcotráfico.
“As investigações o apontam como chefe e financista e, ao mesmo tempo, encarregado de coordenar e supervisionar a remessa de grandes carregamentos de cocaína por via fluvial do Paraguai, com destino a outros continentes”, declarou a SENAD.
A SENAD acrescentou que Servín participou diretamente do envio de 2.331 quilos de cocaína que tinham como destino Israel, em outubro de 2020, a partir de um porto às margens do Rio Paraguai. O carregamento foi a apreensão recorde para a Polícia Nacional do Paraguai este ano.
Seu irmão, Denis Servín, conhecido como Pimienta, foi assassinado em Ponta Porã, Brasil, em agosto de 2021, durante uma disputa entre narcotraficantes, detalhou a SENAD. O jornal paraguaio Última Hora publicou, no dia 12 de outubro, que Pimienta era membro do PCC.
Após a prisão de Servín, as autoridades paraguaias detiveram sua esposa e sua filha, além de outras quatro pessoas, acusadas de serem integrantes da organização criminosa, informou o comunicado.
Durante uma das operações para desarticular o grupo criminoso, agentes da SENAD realizaram procedimentos em uma concessionária de veículos de luxo e em um negócio esportivo de caça e pesca, ambos na área metropolitana.
“Nos dois lugares, foi apreendida uma grande quantidade de veículos [de luxo] e iates, que seriam parte do patrimônio constituído por meio da lavagem de ativos provenientes do narcotráfico”, disse a SENAD.
“Através desse trabalho sigiloso, conseguimos estabelecer quem era o líder da organização. Temos toda a estrutura que está envolvida no tráfico, bem como a estrutura que serve de suporte para a lavagem desses rendimentos ilícitos”, disse à Última Hora Marco Alcaraz, promotor adjunto da Unidade Especializada na Luta contra o Narcotráfico do Ministério Público.