O secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo repudiou mais uma vez, no dia 19 de setembro, os atos do ditador Nicolás Maduro que, segundo ele, dão amparo aos grupos terroristas.
Durante uma entrevista coletiva virtual realizada após uma reunião com o presidente da Colômbia Iván Duque, Pompeo disse que no encontro se discutiu a necessidade de que a Colômbia desfrute de “uma paz justa e duradoura”, classificando como “inaceitáveis e intoleráveis” as ações dos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), do Exército de Libertação Nacional (ELN) e de outros grupos terroristas.
Ele condenou ainda “as ações de regimes como o de Maduro, que ofereceram refúgio seguro, ajuda e conforto a esses terroristas”.
O secretário também agradeceu a Duque pelo apoio dado ao presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e à “transição democrática para uma Venezuela soberana, sem a influência maligna de Cuba, Rússia e Irã”.
“O senhor é um verdadeiro líder na região e representa a dignidade de todos os povos do hemisfério”, acrescentou o chefe da diplomacia dos EUA.
Por sua vez, Duque mencionou o relatório divulgado recentemente pela ONU, que concluiu que existem motivos razoáveis para se crer que Maduro e seus ministros do Interior e da Defesa tenham ordenado ou contribuído para os crimes citados no documento, com o objetivo de silenciar a oposição.
Ele ressaltou que essa investigação confirma “que Nicolás Maduro é um criminoso de lesa-humanidade e que seu círculo próximo também está rodeado de criminosos de lesa-humanidade, e exorta a realização de ações no âmbito da justiça internacional”.
Esse relatório, acrescentou, deve servir para validar o que já havia sido denunciado pela Organização dos Estados Americanos “de que existe um regime de violações aos direitos humanos de maneira sistemática, mas, sobretudo, que o líder da ditadura é por si só um criminoso de lesa-humanidade e que a comunidade internacional precisa atuar para pôr fim a essa situação”.
A reunião entre Duque e Pompeo se concentrou, entre outros temas, na situação dos migrantes venezuelanos.
Pompeo parabenizou o governo colombiano por sua gestão em saúde pública durante a pandemia do novo coronavírus e acrescentou que graças a isso milhares de vidas de colombianos e venezuelanos foram poupadas.
“As tarefas empreendidas no âmbito da saúde pública salvaram dezenas de milhares de vidas de colombianos e venezuelanos, e os colombianos devem estar muito orgulhosos de seu presidente.”
Com relação a esse tema, Duque agradeceu o respaldo dos EUA com a doação de respiradores e o aprendizado resultante de contatos com autoridades epidemiológicas norte-americanas, bem como “contatos bilaterais com diversas empresas dos EUA que estão avançando nesse tema, para que nós possamos garantir que o povo colombiano tenha acesso a uma vacina”.
Luta antidrogas e contra o terrorismo
O secretário Pompeo considerou “exemplar” o trabalho do governo de Duque na luta antidrogas e afirmou que “as forças de ordem da Colômbia, mesmo nesses momentos tão difíceis, aumentaram as interdições de cocaína e a erradicação da coca. Vocês erradicaram manualmente 57 por cento mais de cultivos de coca em 2019 do que no ano anterior”.
A esse respeito, Duque disse que em 2019 houve “a maior redução da área de cultivo de coca em praticamente seis anos” e ressaltou a campanha naval Orión, na qual, de acordo com o presidente, os Estados Unidos e outros 23 países “conseguiram realizar a maior operação de interdição contra o narcotráfico no Caribe”.
O presidente colombiano agradeceu a ajuda da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID, em inglês), “porque a USAID ficou conosco em projetos como o cadastro multipropósito, a emissão massiva de títulos para edificações e também o acesso a muitas das comunidades mais afetadas pela violência e pela pobreza”.
Além disso, Duque destacou o apoio dos EUA para enfrentar o ELN, as dissidências das FARC, entre outras “organizações muito perigosas”, e no processo de paz com legalidade.