As forças de ordem realizaram 31 operações contra o tráfico de pessoas no Peru no primeiro semestre de 2020, resgatando 437 vítimas peruanas (68 menores de idade) e 71 estrangeiras (8 menores).
Os dados foram divulgados pela Direção contra o Tráfico de Pessoas e o Tráfico Ilícito de Migrantes da Polícia Nacional do Peru, no dia 30 de julho, por ocasião da comemoração do Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas.
Em 2019, os números foram ainda mais altos, pois não havia a emergência sanitária do coronavírus. Os agentes realizaram 161 operações e resgataram 1.054 vítimas (907 mulheres e 147 homens), entre os quais 25 por cento eram crianças e adolescentes.
Quase a metade das 454 vítimas resgatadas em 2019 eram estrangeiras. “Isso se deve ao fluxo migratório de mais de um milhão de pessoas de nacionalidade venezuelana nos últimos dois anos”, afirmou à rede TV Perú Juan Antonio Fernández Jeri, diretor-geral de Segurança Democrática do Ministério do Interior.
“Mais de 300 mulheres venezuelanas foram vítimas desse flagelo em 2019, além de 96 equatorianas e 54 colombianas”, destacou.
Um dos “pontos fortes” do tráfico de pessoas é a Amazônia peruana, para onde os traficantes levam adolescentes da Colômbia e do Brasil, para praticar a prostituição em locais conhecidos como “prostibares”, informou o site EL PAÍS Brasil.
Segundo a campanha Coração Azul, uma iniciativa da ONU de luta contra o tráfico de pessoas, sete entre cada 10 vítimas no Peru são captadas através de falsas ofertas de trabalho.
“O tráfico começa com a captação da pessoa, o traslado, a acolhida e finalmente a exploração”, disse Fernández Jeri. “Durante todo esse processo, surge uma série de enganos para confundir a possível vítima.”
O diretor-geral explicou que no Peru não atuam redes internacionais, mas sim grupos familiares que se associam para cometer o delito. “No caso da exploração de trabalho, eles vão principalmente aos lugares com indústrias extrativas, como os campos de mineração ilegal em estados como Madre de Dios”, ressaltou.
A presença militar dissuadiu o tráfico de pessoas em certas regiões do país. “Na Pampa, desde fevereiro é realizada uma operação com a permanência das forças armadas e policiais, o que reduziu esse tipo de atos criminosos”, disse Fernández Jeri.