Entre o final de julho e o início de agosto, agentes da Polícia Nacional do Equador impediram a saída de mais de 4 toneladas de cocaína do Porto Marítimo de Guayaquil, através de duas operações onde as autoridades encontraram a droga camuflada em mercadoria lícita dentro de contêineres com destino à Europa.
No dia 2 de agosto, as autoridades encontraram 2.123 quilos de cocaína em um contêiner com madeira que tinha como destino final a Bélgica, informou a Polícia do Equador em sua conta no Twitter. Nesse mesmo dia, agentes detectaram outra carga de cocaína de 27 kg em painéis de refrigeração em outro contêiner destinado à Rússia, informou o jornal equatoriano El Universo.
Segundo Yury Narváez, chefe da Unidade de Investigação Antidrogas da Zona 8 da Polícia do Equador, para a contaminação dos contêineres foi utilizada a modalidade denominada gancho cego, na qual os contêineres que estão prestes a serem içados à embarcação são abertos para ocultar a droga.
“Para executar essa modalidade, pessoas que conhecem as operações no Porto Marítimo necessariamente têm que estar envolvidas nessa atividade ilícita”, disse Narváez a El Universo.
Em outra operação realizada no dia 23 de julho, agentes da Polícia e da Procuradoria Geral do Estado conseguiram evitar que 2 toneladas de cocaína chegassem ao Porto Marítimo, de onde os criminosos pretendiam enviá-las ao exterior, informou a Procuradoria em sua conta no Twitter. Os agentes encontraram a droga enquanto inspecionavam caminhões em uma zona de carregamento na cidade de Durán, na província de Guayas. A cocaína estava escondida em contêineres com peixe congelado.
As apreensões de cocaína no Porto Marítimo de Guayaquil são recorrentes. No final de junho, a polícia apreendeu 7,3 toneladas de cocaína, a maior apreensão em Guayaquil nos últimos oito anos, disse Tannya Varela, comandante-geral da Polícia do Equador. A droga foi detectada em um carregamento de atum em lata destinado à Espanha.
Entre janeiro e o início de agosto, a Polícia do Equador apreendeu mais de 80 toneladas de cocaína, informou El Comercio. As atividades dos narcotraficantes geram violência no sul de Guayaquil e na paróquia de Posorja, onde operam os portos, informou a organização InSight Crime, que estuda o crime transnacional na América Latina. Guayaquil é considerada zona de armazenamento e porto de embarque de carregamentos de cocaína provenientes dos cartéis do narcotráfico da Colômbia e do Peru, informou a agência de notícias AP, no dia 28 de junho.