A Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai desmantelou em setembro quatro laboratórios clandestinos urbanos, que produziam a denominada ‘maconha VIP’, a mais cara do mercado. Trata-se de uma nova cepa de maconha com altos níveis de THC, a principal substância psicoativa da cannabis.
“A rede produzia cepas de maconha com níveis de THC de 20 a 30 por cento”, disse a SENAD em um comunicado, no dia 23 de setembro. “A maconha convencional, produzida nas montanhas das zonas fronteiriças, tem níveis de THC de 2 a 8 por cento e é muito mais barata.”
Os agentes realizaram 12 incursões nas cidades de Assunção e Fernando de la Mora, como parte da Operação Gorilla Glue, em alusão a uma potente variedade de maconha.
Onze pessoas foram detidas, consideradas pelo Ministério Público do Paraguai como financistas, produtores e distribuidores do negócio ilícito. “Todos tinham entre 20 e 32 anos, com bom poder aquisitivo e conhecimentos de agronomia”, informou a SENAD.
Instalados em residências urbanas, os laboratórios tinham sistemas especiais de iluminação artificial, ventilação, isolamento e armazenamento das ervas. Os equipamentos e as sementes tinham sido adquiridos no exterior.
De acordo com os especialistas, o que se conhece como ‘maconha VIP’ são híbridos da planta fabricados a partir da espécie cannabis sativa.
“[Os produtores] foram cruzando todas as subvariedades da maconha, incluindo a índica, a ruderalis e a própria sativa”, disse Ricardo Galeano, diretor do Laboratório Forense da SENAD, em declarações publicadas no site HOY.
“Eles fundiram essas variedades, obtiveram os híbridos e a partir dos cultivos-mãe tiraram as mudas para continuar cultivando e produzindo maconha com THC mais elevado”, explicou Galeano.
Em outras operações para apreender a maconha comum, no dia 4 de outubro, os membros da SENAD destruíram um centro de armazenamento no distrito de Sargento José Félix López, no estado de Concepción.
“Descobrimos dois acampamentos do narcotráfico e destruímos mais de 2,7 toneladas de maconha pronta, durante uma incursão”, informou a SENAD.