Autoridades panamenhas iniciaram 2021 golpeando o narcotráfico com a apreensão de mais de 1 tonelada de cocaína em um porto da província de Colón.
Unidades da Direção Nacional de Inteligência da Polícia Nacional do Panamá, em coordenação com a Promotoria de Drogas de Colón e Guna Yala, encontraram 1.736,7 quilos de cocaína em um contêiner de café proveniente da Guatemala, com passagem pelo Panamá e pela Bélgica, tendo como destino final a Estônia, disse à Diálogo o promotor regional de Drogas de Colón, Eduardo Enrique Rodríguez.
Rodríguez informou que as investigações estavam em curso para identificar as pessoas que tiveram acesso ao contêiner, pois se concluiu que ele havia sido contaminado no porto panamenho, depois de ser descarregado da embarcação.
As organizações criminosas se aproveitam da plataforma logística e comercial portuária do Panamá e de outros países vizinhos para traficar drogas através de cargas em contêineres, disse o promotor.
“A contaminação é feita no porto ou no transporte, abrindo os contêineres sem autorização. Além disso, são criadas empresas de fachada, que fazem também exportações ou logística portuária para introduzir a droga nos portos e contaminar um contêiner específico ou para ocultar a droga no meio da própria mercadoria”, explicou Rodríguez.
Em 2020, segundo dados fornecidos pelo promotor, as autoridades realizaram 14 apreensões em portos de Colón, onde apreenderam 4.313 kg de cocaína em contêineres. Ao todo, as autoridades panamenhas confiscaram mais de 10,2 toneladas de cocaína ocultas em contêineres em todo o país, entre janeiro e dezembro, acrescentou Rodríguez.
De acordo com números do Ministério da Segurança do Panamá, em 2020, as instituições de segurança panamenhas (Serviço Nacional Aeronaval, Serviço Nacional de Fronteiras e Polícia Nacional) apreenderam 63.623 kg de cocaína e 18.141 kg de maconha. Em 2019, o Panamá apreendeu cerca de 87 toneladas de drogas.
O ministro da Segurança Pública do Panamá, Juan Manuel Pino Forero, explicou à Diálogo que as conquistas do Panamá se devem em grande parte à cooperação internacional e às várias operações combinadas realizadas com os países do Triângulo Sul (Colômbia, Costa Rica e Estados Unidos).
O ministro Pino advertiu que, devido à pandemia da COVID-19, o Panamá e os países da região começaram a enfrentar uma diversificação das ações das organizações criminosas transnacionais, que procuram medidas alternativas para obter lucros financeiros, o que pode afetar o microtráfico e aumentar a criminalidade comum.