Representantes das forças armadas de 18 países participantes da Campanha Naval Marítima e Fluvial Orión III chegaram no dia 8 de maio à Base Naval de Cartagena, Colômbia, para entregar o balanço da operação do primeiro trimestre de 2019. A missão da campanha é desarticular as redes transnacionais do narcotráfico no mar do Caribe, no Oceano Pacífico e nos rios fronteiriços da região.
A Orión III realizou oito operações combinadas nas águas jurisdicionais de cada país, coordenadas pela Marinha Nacional da Colômbia, com a cooperação do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM). O resultado foi a apreensão de 48,3 toneladas de cocaína, 19,7 toneladas de maconha, 1 tonelada de pasta básica de coca e a captura de 160 supostos narcotraficantes.
Operação Multinacional
“Essa campanha produz resultados significativos para nós”, disse à Diálogo o Contra-Almirante da Guarda Costeira dos EUA Pat Dequattro, diretor da Força-Tarefa Conjunta Interagencial Sul (JIATF Sul). “Valorizamos o esforço e o êxito dos 18 países. Esperamos incluir mais agências e outras forças.”
A Campanha Orión III contou com a participação das forças armadas do Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, França, Guatemala, Holanda, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Peru e República Dominicana, além de três países observadores: Argentina, Canadá e Chile.
O Vice-Almirante da Marinha da Colômbia Gabriel Alfonso Pérez Garcés, chefe de Operações Navais, ampliou o âmbito do trabalho com o SOUTHCOM. “Graças a eles, temos um plano de cooperação triangular para interdição marítima, fluvial e de inteligência com vários países da região, para onde levamos grupos móveis e geramos melhores resultados em coordenação, comunicação e consolidação de operações”, garantiu.
“O compromisso dos Estados Unidos é frontal e permanente”, disse à Diálogo o Vice-Almirante Evelio Ramírez Gáfaro, comandante da Marinha da Colômbia. “Os países presentes consideram a Orión uma operação efetiva e eficiente. Sabemos que mais países se unirão aos nossos.”
Resultados
“Aqui lutamos contra inimigos transnacionais. Estamos satisfeitos por fornecer unidades de superfície e impedir os criminosos de usarem o mar”, disse à Diálogo o Vice-Almirante Juan Randolfo Pardo Aguilar, comandante da Marinha de Defesa Nacional da Guatemala. “Temos a previsão de participar com mais unidades e ferramentas.”
Desde 2018, as Campanhas Orión apreenderam 94 toneladas de cocaína e 27 toneladas de maconha avaliadas em mais de US$ 3.300 milhões, o que significa que mais de 300 milhões de doses de droga deixaram de ser consumidas. O resultado tem um impacto direto no consumo e na redução da oferta dos países onde a droga seria distribuída.
“A maior quantidade de drogas sai pelo Equador; por esse motivo, as operações se concentraram no Pacífico. Somos um país muito atingido”, disse à Diálogo o Contra-Almirante Amílcar Villavicencio Palacios, comandante de Operações Navais da Marinha do Equador. “Essa é uma operação bem projetada sob o ponto de vista estratégico, jurídico e operacional.”