A Marinha da Colômbia continua sua ofensiva contra a mineração ilegal em todo o território nacional, reafirmando seu compromisso de preservar os recursos da nação e impedir as ações das organizações criminosas transnacionais. Assim, no final de maio, através de uma operação conjunta com o Exército e a Polícia Nacional, as unidades da Marinha deram um duro golpe contra uma subestrutura do Exército de Libertação Nacional (ELN), que se dedicava à exploração ilegal de depósitos de mineração no rio Atrato, na área geral do município de Lloró, no departamento de Chocó.
Durante a operação, as autoridades destruíram três escavadeiras, seis motores, quatro cilindros de oxigênio e oito unidades de produção de mineração ilegal, disse a Marinha em comunicado. Eles também apreenderam 1.136 litros de óleo combustível para motores.
As máquinas, avaliadas em cerca de USD 578.000, pertenciam à Frente Manuel Hernández El Boche. Com essas ações, as autoridades impediram que essa organização criminosa recebesse rendimentos mensais de mais de US$ 44.000, informou a Marinha.
“O Corpo de Fuzileiros Navais, durante os controles sobre o rio Atrato, apreende mensalmente dois ou três motores que vão em canoas, em barcos; isto é, eles os enviam em partes aos territórios”, disse à Diálogo o General de Brigada Óscar Leonel Murillo Díaz, comandante da Força-Tarefa Conjunta Titán, do Comando Geral das Forças Militares da Colômbia. “Então, eles chegam e o que temos que fazer é localizá-los e destruí-los.”
Em uma decisão histórica, em 2016, o Tribunal Constitucional colombiano concedeu direitos legais ao rio Atrato, que corre através de Chocó, para garantir sua conservação e proteção. A região de Chocó, que cobre mais de 46.000 quilômetros quadrados na costa do Pacífico colombiano, abriga algumas das florestas mais biodiversas do planeta, indica o Foro Mundial para a Natureza (WWF) em seu portal online. Nessa área, a mineração ilegal é a principal causa do desmatamento e da contaminação.
“Quando você sobrevoa esses territórios de Chocó em uma aeronave, isso dói; é um câncer, eles estão destruindo completamente o território”, disse o Gen Bda Murillo. “Eles o enchem de mercúrio e são necessários muitíssimos anos para recuperar essas áreas, e isso é o que infelizmente essas pessoas sem consciência não compreendem; portanto, nossa obrigação […] é que seja vista a ação de localizar e destruir a maquinaria.”
Até agora, em 2022, até o final de maio, na área central do departamento de Chocó, a Força Pública, juntamente com a Procuradoria Geral da Nação e a Corporação Ambiental Autônoma de Chocó, Codechocó, localizaram e destruíram 20 máquinas amarelas e 11 escavadeiras e máquinas com cabos para puxar. Eles também destruíram 49 unidades de produção de mineração ilegal, 27 motores e um barco.
“Temos vários afluentes [do rio Atrato], mas um dos afluentes é o rio Quito, que vai de Quibdó ao sudoeste; também temos muita mineração criminosa no rio Quito, e estamos constantemente realizando operações militares nesse setor”, explicou o Gen Bda Murillo. “Com isso evitamos que continuem a danificar a terra […] e também afetamos as economias ilegais tanto do Clã do Golfo como do ELN.”