Os Estados Unidos e seus parceiros sul-americanos têm o compromisso de trabalhar juntos para enfrentar os desafios do hemisfério que afetam a América Latina e mais além de suas fronteiras, disse o comandante do Comando Sul dos EUA no seu discurso de abertura da Conferência Sul-Americana de Defesa (SOUTHDEC, em inglês), realizada em Natal, Brasil, de 20 a 22 de agosto. O Almirante de Esquadra da Marinha dos EUA Craig S. Faller se reuniu com os líderes de segurança da América do Sul para discutir sobre a cooperação regional na defesa, em resposta aos desafios do hemisfério, que foi o principal tema da conferência deste ano.
“Há 72 anos – exatamente aqui, no Brasil – o presidente dos EUA Harry Truman e o presidente do Brasil Eurico Dutra, com outros 17 chefes de Estado das Américas, assinaram o Tratado do Rio. Esse tratado criou uma estrutura para que nossas forças armadas fortalecessem a interoperabilidade e nossa defesa coletiva contra os desafios regionais. Desde então, somos movidos por um compromisso compartilhado em matéria de colaboração regional – um compromisso que ainda compartilhamos atualmente, ao enfrentar novas ameaças à paz e à segurança do nosso hemisfério”, disse o Alte Esq Faller.
No início da conferência, o Tenente Brigadeiro do Ar da Força Aérea Brasileira Raul Botelho, chefe do Estado-Maior Conjunto, dirigindo-se aos participantes, disse: “Os países aqui presentes há muito comungam de um mesmo espaço geográfico e desenvolveram ao longo da história um grande interesse nos mais diversos campos, como nos aspectos culturais, sociais, religiosos, ambientais, mas, principalmente, no que diz respeito à defesa. A SOUTHDEC 2019 é uma excelente oportunidade de fortalecermos os laços que nos unem.” O Ten Brig Ar Botelho também destacou o fato de que as forças militares são constantemente convocadas para ajudar os cidadãos que foram vítimas de desastres naturais.
O General de Exército Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa do Brasil, que também estava presente, disse: “Nosso continente se destaca por um longo período de estabilidade, fruto das excelentes relações que vêm sendo historicamente cultivadas por nossos países e pelas iniciativas de cooperação. No entanto, sabemos que o mundo passa por um momento de transição, com uma diversidade de novas ameaças e atores não estatais que fogem ao tradicionalismo, impondo pressão sobre o sistema global. Isso exige um esforço conjunto para neutralizá-los. Por isso, reuniões como esta são tão importantes.”
Nos dois dias da conferência, altas autoridades de defesa da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Paraguai, Peru, Suriname e Uruguai discutiram detalhadamente sobre como as forças armadas da região podem melhorar suas capacidades conjuntas, no caso de que uma assistência humanitária seja necessária no que eles denominam “o dia seguinte”, na Venezuela. Os participantes também falaram sobre as novas oportunidades de colaboração em esforços conjuntos e nas lições aprendidas, entre outros desafios complexos que a região vem enfrentando atualmente.