O Primeiro Comando da Capital (PCC), maior grupo do tráfico de drogas e armas do Brasil, sofreu uma baixa na cúpula que atuava na fronteira com o Paraguai.
Na noite de 23 de março de 2021, 14 integrantes do PCC foram presos em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha ao município brasileiro de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. Os criminosos estavam de posse de cinco fuzis, além de coletes à prova de bala, munições, celulares e cinco carros.
O bando foi surpreendido por agentes da Força-Tarefa Conjunta (FTC), unidade pertencente às Forças Armadas do Paraguai, enquanto participavam de uma assembleia.
“Essas pessoas [oito paraguaios e seis brasileiros] estavam juntas planejando um golpe”, afirmou o promotor paraguaio Celso Morales, que disse ainda que a propriedade invadida estava identificada como uma lavanderia. Segundo informação da Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai, o golpe planejado se tratava de um assalto a ser realizado em uma cidade brasileira.
Entre os detidos está Weslley Neres dos Santos, brasileiro, conhecido como Bebezão. Ele era apontado como o novo chefe do PCC na região e tinha mandado de prisão expedido desde fevereiro de 2021 por tráfico internacional de drogas e armas.
De acordo com a Polícia Federal (PF) do Brasil, Bebezão teria assumido o comando do tráfico na área após a prisão de Giovanni Barbosa da Silva, em 9 de janeiro deste ano, na mesma cidade em que o grupo foi encontrado agora. Tanto Bebezão como os outros cinco presos brasileiros foram entregues à PF no dia 25 de março.
De acordo com a SENAD, nenhum tiro foi disparado durante a operação, batizada como Fronteira Segura II. Também não houve resistência por parte dos homens que foram detidos.
Além da equipe que atuou na invasão à casa, membros da FTC fizeram um cordão de isolamento em torno do imóvel com o objetivo de evitar a fuga dos bandidos ou o resgate desses por outros comparsas.
A operação Fronteira Segura II foi possível graças a investigações conduzidas por setor de inteligência da SENAD, pelo Ministério Público do Paraguai e pela PF.
Desde 2020, as autoridades de segurança dos dois países vêm realizando conjuntamente uma série de operações na região fronteiriça, com destaque para a Operação Exílio, deflagrada em junho do ano passado, que ganhou esse nome devido à descoberta de que traficantes brasileiros foragidos têm procurado se esconder em território paraguaio, passando-se por empresários.