No âmbito da Conferência das Forças Armadas Centro-Americanas (CFAC), a Escola de Polícia Militar da Guatemala realizou o Primeiro Curso Internacional de Polícia Militar (P.M.) em seu quartel-general, no município de San José Pinula, de 5 de junho a 28 de julho. Representantes da Guatemala, Honduras e República Dominicana receberam aulas teóricas e práticas para desenvolver habilidades para lidar com situações que surgem no cotidiano do serviço policial militar.
“O principal objetivo da Escola é capacitar, treinar e especializar não apenas o pessoal do Exército da Guatemala, mas também o pessoal da CFAC nas forças terrestres, marítimas e aéreas, para atuar como membros de unidades em operações bélicas e não bélicas”, disse à Diálogo o Coronel Rubén Téllez, do Exército da Guatemala, diretor de Imprensa do Ministério da Defesa, em 16 de julho.
O curso reuniu 60 militares do Exército da Guatemala, 10 das Forças Armadas de Honduras e nove do Exército da República Dominicana. O treinamento militar foi dividido em quatro áreas principais: tática, técnica, jurídica e físico-esportiva.
“Este primeiro curso internacional de Polícia Militar sob os auspícios da CFAC é especialmente importante, porque permite a padronização de conhecimentos, técnicas e procedimentos dos policiais militares das forças armadas membros dessa conferência, especialmente supondo a necessidade de realizar operações combinadas diante da necessidade de qualquer um dos países representados”, disse o Cel Téllez.
Instrução e treinamento
Esse exercício militar inédito tem como foco o desenvolvimento de técnicas e protocolos, e os cursos são diversos. Entre outros, eles aperfeiçoaram Protocolos de Evacuação, Técnicas de Busca, Operações de Polícia Militar, Trânsito Militar, Distúrbios Civis, Segurança de Instalações e Segurança VIP. Além disso, receberam treinamento teórico sobre Lei de Ordem Pública, Código Penal, Lei de Armas e Munições, Lei de Trânsito, Direitos Humanos, Direito Internacional Humanitário e Uso da Força.
O pessoal treinado vem de todas as áreas das forças armadas; “é um centro de instrução que oferece educação e treinamento ao pessoal das tropas, de qualquer arma ou serviço, para capacitá-los como policiais militares”, acrescentou o Cel Téllez. “Os formandos têm um alto nível de conhecimento nas áreas tática, técnica, jurídica e físico-esportiva, com base em uma cultura democrática e no respeito aos direitos humanos.”
Para o pessoal da Polícia Militar da República Dominicana, também é uma oportunidade de preparar-se para eventos internacionais, já que a P.M. sempre existiu na instituição militar dominicana. No entanto, suas ações se limitavam a assuntos internos.
“Participar desse tipo de treinamento nos permite ter uma visão mais ampla nessa área, conhecendo os métodos, as técnicas e as experiências de outras forças no trabalho da Polícia Militar”, disse à Diálogo o Tenente-Coronel Elvis Reyes Almonte, do Exército da República Dominicana, comandante da CFAC na República Dominicana.
“O alto comando das Forças Armadas da República Dominicana está demonstrando um grande interesse em capacitar seus membros em assuntos relacionados à ordem pública, porque, embora seja verdade que a missão de todas as forças armadas seja a defesa de seu país, a realidade é que, nos últimos tempos, os governos consideraram adequado usá-las para outras tarefas mais voltadas para a segurança pública”, esclareceu o Ten Cel Reyes.
Padronização do conhecimento
Como as ameaças enfrentadas na região são semelhantes, há a necessidade de atualizar constantemente as habilidades da P.M. dos membros da CFAC, para garantir um melhor rendimento e desempenho entre os países da América Central.
“A padronização de métodos e técnicas na região nos permite desenvolver o trabalho policial militar de forma mais profissional, já que o compartilhamento de experiências e lições aprendidas enriquece e fortalece a capacidade operacional de nossas forças, ajudando a garantir que as ações de cada soldado permaneçam sempre atreladas ao respeito aos direitos humanos”, disse o Ten Cel Reyes.
Uma organização internacional como a CFAC é de extrema importância, pois contribui para a segurança regional. A interação com nações parceiras permite a abordagem e a capacitação em questões sobre liberdades civis, a implementação de estratégias de segurança e a segurança nas fronteiras comuns, onde a América Central sempre pode contar com o apoio que oferecem países como os Estados Unidos.
“Os participantes serão multiplicadores das informações e dos treinamentos recebidos e, por sua vez, aplicarão essas habilidades nas missões que, nesse sentido, são atribuídas às forças armadas, bem como em operações de apoio à polícia nacional e a outras instituições do Estado, onde trabalham com a questão da segurança pública”, concluiu o Ten Cel Reyes.