O presidente eleito da Guatemala, Alejandro Giammattei, ressaltou que alguns dos principais problemas de insegurança que afligem a nação centro-americana são consequência do narcotráfico e que a Venezuela é um “narcoestado” que contribui para o envio de drogas ao território guatemalteco.
Giammattei fez a declaração em uma entrevista coletiva ao chegar à Guatemala de volta da Venezuela, de onde foi expulso no dia 12 de outubro. Ele acrescentou que 80 por cento das rotas de drogas que cruzam a Guatemala e grande parte do território da América Central partem da Venezuela por via aérea e através dos portos daquele país.
Em suas declarações, ele narrou novamente o ocorrido na Venezuela, onde disse que foi escoltado por membros da Guarda Nacional Bolivariana assim que saiu do avião, e eles mesmos o levaram à autoridade migratória para embarcar no avião de volta.
“Assim atuam as ditaduras: primeiro, mentindo como vêm fazendo, e depois tentando justificar seus atos ao dizer que precisamos pedir permissão a um senhor [Nicolás Maduro] que não reconhecemos como o presidente da Venezuela”, disse.
Também despertou controvérsia a utilização do seu passaporte italiano para tentar entrar na Venezuela. Giammattei afirmou que depois de pedir conselho à Embaixada da Venezuela, preferiu apresentar seu documento de nacionalidade italiana para evitar procedimentos que demorariam no mínimo dois meses.
A chancelaria guatemalteca, através de um comunicado, também lamentou e condenou o incidente e “exige que a República Bolivariana da Venezuela garanta os direitos de qualquer cidadão guatemalteco que se encontre ou queira entrar no país.”
Giammattei apelou aos países integrantes da Organização dos Estados Americanos para que se unam em um ato humanitário e peçam a Maduro que permita a liberdade dos presos políticos e a entrada de ajuda humanitária. Ele aproveitou também para reiterar seu apoio ao presidente interino Juan Guaidó: “Presidente Guaidó, vocês não estão sós! A Guatemala está vigilante e atenta.”
Por fim, se despediu com uma advertência a Maduro: “Vamos ver se depois de 14 de janeiro [de 2020], sendo presidente do país e com passaporte diplomático, o governo de Maduro vai se opor à minha entrada na Venezuela para expressar minha solidariedade ao povo venezuelano e ao governo legítimo da Venezuela.”