O Exército Nacional da Colômbia apreendeu quase 6 toneladas de areias negras com coltan no rio Guaviare, no estado de Guainía, na fronteira com a Venezuela, no dia 14 de março de 2021. Os militares disseram que o carregamento pertenceria a um grupo dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), comandado pelo indivíduo conhecido como Gentil Duarte.
Esse mineral é utilizado na microeletrônica, nas telecomunicações e na indústria aeroespacial.
O Exército identificou a participação de grupos do Exército de Libertação Nacional e das FARC na exploração ilegal desse mineral, os quais procuram contrabandear através da zona fronteiriça com o Brasil e a Venezuela, para depois transportá-lo para a Alemanha, Bélgica, Cazaquistão e Estados Unidos.
A investigação Mineração de Coltan na Colômbia, realizada pela Universidade Distrital de Bogotá em março de 2021, também mostra os vínculos do narcotráfico e dos grupos paramilitares no leste colombiano, dedicados à extração e comercialização ilegal do valioso mineral.
O documento registra a delimitação das jazidas de coltan demarcadas pelo Sistema Geológico Colombiano, que localizou as áreas potenciais nos estados de Vichada e Guainía, nas fronteiras com o Brasil e a Venezuela, e no estado de Vaupés.
As autoridades colombianas lutam para combater a extração e exploração de coltan desde 2009, quando o então presidente da Venezuela Hugo Chávez anunciou a descoberta de uma grande jazida desse mineral perto da fronteira com a Colômbia, indica a investigação.
O estudo acrescenta que “a incidência ambiental da extração mineradora de coltan tem consequências externas prejudiciais, como o desmatamento, o desequilíbrio dos ecossistemas, a extinção de espécies e a perda da identidade cultural, entre outros, isso sem considerar sua prática nas áreas destinadas à conservação, como a Reserva Nacional Natural Puinawai”.
Antes dessa apreensão de quase 6 toneladas, nos últimos dois anos, a Polícia apreendeu mais de 1,7 tonelada de coltan em diversos estados do país, disse à imprensa o Coronel da Polícia William Castaño Ramos, comandante da Unidade Nacional contra a Mineração Ilícita.