Enquanto o principal líder do Clã do Golfo enfrentava acusações de narcotráfico em Nova York, após sua extradição para os Estados Unidos, as autoridades colombianas intensificaram sua ofensiva contra o grupo criminoso para enfraquecê-lo e capturar seus líderes.
“O Clã do Golfo recebeu os golpes mais duros desde que nasceu como uma estrutura criminosa”, disse o presidente da Colômbia, Iván Duque, durante um conselho de segurança em Antioquia, no início de maio. “[Vulgo] Otoniel se sentia intocável; nós o capturamos e ele quis usar todo seu poder criminoso para tentar escapar da extradição, mas nós o extraditamos e agora ele está apodrecendo em uma masmorra nos Estados Unidos.”
Assim, em 7 de maio, durante uma operação interagências, tropas do Exército Nacional da Colômbia capturaram o suposto líder regional de uma comissão da subestrutura Gonzalo Oquendo Urrego, do Clã do Golfo, no leste da Colômbia. Cleyderman Antonio Gómez Landaeta, conhecido como Luna ou Fresa, de 27 anos, tinha um mandado de prisão por conspiração criminosa agravada e extorsão agravada.
De acordo com o trabalho de investigação e inteligência, vulgo Luna ou Fresa estaria encarregado de ordenar, dirigir e participar de extorsões, homicídios, deslocamentos forçados, seqüestros e intimidação de comerciantes, informou o Exército. Essas ações criminosas foram realizadas no departamento de Casanare.
“Esse bandido, com um extenso registro homicida, que havia participado de mais de seis homicídios perpetrados no município de Maní, no início deste ano [2022], foi capturado graças à ação de tropas do Gaula Casanare”, disse o General de Brigada Jorge Eduardo Mora López, do Exército da Colômbia, comandante da Oitava Divisão, em uma coletiva de imprensa. “Esse líder estava destinado a fazer parte da série de ações terroristas e de vandalismo que esse grupo armado organizado vem realizando no país, em diferentes departamentos, e ele queria iniciar essas ações aqui em Casanare.”
Vulgo Luna ou Fresa, natural do estado venezuelano de Portuguesa, de acordo com o site de notícias venezuelano El Pitazo, tinha recebido a ordem de implementar a queima de veículos e a execução de um plano de armas contra membros das forças de segurança, no âmbito da greve armada realizada pelo Clã do Golfo entre 5 e 10 de maio, em retaliação à extradição de Dairo Antonio Úsuga, conhecido como Otoniel, informou o Exército da Colômbia.
Além disso, vulgo Luna ou Fresa também está sendo investigado por um homicídio ocorrido em 20 de setembro de 2021; pelo massacre de três pessoas, realizado em 7 de janeiro de 2022, quando as vítimas foram atacadas com fuzis, no qual outras duas pessoas foram gravemente feridas; e também pelo assassinato de um homem em 5 de maio, dois dias antes da sua captura. Todos esses eventos ocorreram na área urbana do município de Maní, Casanare, segundo o Gen Bda Mora.
“Há alguns dias, precisamente, anunciávamos também a morte de um líder [do Clã do Golfo], a captura de mais cinco bandidos e a apreensão de mais de 15 armas que esses bandidos carregavam na parte norte de nosso departamento, explicou o Gen Bda Mora. “[…] Graças à ação efetiva das tropas do Exército Nacional, em coordenação com nossa Polícia e em coordenação com a nossa Procuradoria Geral da Nação, podemos dar um duro golpe ao Clã do Golfo […].”
Ao longo de 2022, até o final de maio, nos departamentos de Arauca, Casanare, Vichada e Guainía – jurisdição da Oitava Divisão do Exército – foram capturados 13 membros do Clã do Golfo e um foi neutralizado. Entre eles estão vulgo Fresa ou Luna e Rubén Darío Parales, conhecido como Rubén, outro líder do grupo criminoso, informou à Diálogo a Oitava Divisão.