A crise na Venezuela é urgente e deve ser tratada com um senso de urgência, afirmou Carol Thompson O’Connell, subsecretária adjunta principal do Gabinete de População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos, no dia 31 de outubro do 2019.
“Quando quase cinco milhões de pessoas foram desalojadas pela força e tiveram que fugir de seu país para encontrar suas necessidades básicas da vida, abrigos, alimentos, água, segurança, não há nada que possa descrevê-lo, a não ser urgência para enfrentar a situação política na Venezuela”, disse Thompson O’Connell.
A funcionária fez a declaração em uma entrevista telefônica à imprensa para avaliar os resultados da Conferência de Solidariedade para Refugiados e Migrantes Venezuelanos, realizada em Bruxelas nos dias 28 e 29 de outubro.
“Os países da região estão lidando com essa crise há meses, e às vezes há anos. Foi feito um trabalho fenomenal para ajudar os refugiados e migrantes venezuelanos. Mas o resto do mundo deve entender a magnitude dessa crise e que não se trata apenas de uma crise regional. É uma crise que afeta os países de todo o mundo e como tal deve ser tratada”, afirmou Thompson O’Connell.
A funcionária do Departamento de Estado disse que os Estados Unidos estão orgulhosos por serem líderes mundiais no provimento de assistência humanitária. No ano fiscal de 2019, o governo dos EUA contribuiu com quase US$ 9,3 bilhões para apoiar as crises humanitárias, disse.
“Quando estive em Bruxelas, anunciei mais de US$ 10 bilhões adicionais em assistência econômica e de desenvolvimento, o que proporcionará tratamento para HIV, vacinas essenciais e apoio às atividades contra o tráfico de pessoas”, acrescentou Thompson O’Connell.
Essa ajuda se soma aos quase US$ 119 milhões em assistência humanitária para a Venezuela, que foi anunciada pelo secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo, no final de setembro.
A resposta total do governo dos EUA à crise soma mais de US$ 650 milhões, dos quais quase US$ 473 milhões são destinados à assistência humanitária para salvar as vidas das pessoas afetadas por essa crise e promover a estabilidade na Venezuela e na região, disse a funcionária norte-americana.
Os Estados Unidos têm sido o maior contribuinte financeiro para a crise venezuelana.
“Quase 4,5 milhões de venezuelanos fugiram de seu país, devido às ações do regime de Maduro”, afirmou.
Os EUA disseram que trabalham com parceiros internacionais e não governamentais para complementar os esforços dos governos que recebem os refugiados venezuelanos.
“Nosso sistema também aumenta a capacidade original da autoridade que acolhe e provê apoio legal aos venezuelanos que buscam asilo. O programa também ajuda os venezuelanos a se integrarem nas comunidades que os acolhem, ao providenciar emprego, acesso à educação e cuidados de saúde”, disse Thompson O’Connell.
Destacou que durante sua visita feita à Colômbia recentemente pôde ver seus auxiliares em ação, atendendo os refugiados venezuelanos que chegaram àquele país. “Eu me reuni com crianças na Colômbia que puderam ir à escola e receber educação, porque o acesso à educação traz esperança e ajuda as crianças a encontrarem estabilidade e normalidade nas situações muito difíceis.”
Thompson O’Connell também agradeceu aos parceiros europeus por sua resposta à crise e lhes solicitou que aumentassem seu apoio ao povo venezuelano em resposta à “tirania do regime de Maduro.”
Essa é uma crise global que requer uma solução global”, acrescentou.
A conferência de Bruxelas, disse, “mostra que os europeus estão centrados nesse problema e dispostos a considerar novas formas para tentar solucionar a crise causada por Maduro.”