O secretário da Marinha dos EUA, Carlos del Toro, reafirmou o compromisso dos Estados Unidos com as nações caribenhas em sua luta contra o que ele chamou de “ameaça existencial” da mudança climática.
“Os Estados Unidos estão ao seu lado, com vocês, combatendo esta ameaça”, disse Del Toro, durante uma reunião com funcionários, estudantes e professores da Universidade de Bahamas, em Nassau, em 1º de março. “O tempo não está do nosso lado. Estamos em uma década crítica para fazer progressos significativos que nos permitam evitar os piores cenários climáticos. Devemos agir já. Vemos a crise climática da mesma forma que vemos o controle de danos em um navio naufragado: todas as mãos no convés.”
Del Toro, o segundo latino a comandar o Departamento da Marinha dos EUA, disse que viajou às Bahamas para ouvir os “desafios e histórias” de emergência climática da região, reconhecendo que “a crescente gravidade dessas consequências já está sendo sentida no Caribe e também nos Estados Unidos”, ao indicar a dúzia de tempestades devastadoras que assolaram a região na última década.
Ninguém pode combater a mudança climática sozinho
No Caribe, a mudança climática fez com que o nível do mar subisse, as ilhas fossem devastadas por inundações e temperaturas extremas, enquanto a salinização das terras agrícolas põe em perigo os ecossistemas e torna mais difícil a subsistência dos que moram em uma área sustentada principalmente pelo turismo.
O secretário da Marinha disse que os Estados Unidos estão cooperando em vários projetos com universidades e governos da região, incluindo um fundo multimilionário para infraestrutura de assistência em catástrofes, bem como ajuda para lidar com emergências de saúde e surtos epidêmicos.
Del Toro acrescentou que também estão em andamento trabalhos sobre programas de eficiência energética, para reduzir as emissões de carbono nas bases americanas e em navios, e financiar pesquisas científicas sobre o solo e a vida marinha, especialmente nos recifes de corais do Caribe.
“Ninguém pode combater a mudança climática sozinho”, disse. “Queremos compartilhar e intercambiar informações, recursos e expertise com aliados, governos e ONGs. Em todos os lugares, desde o Vietnã até Gana, ou aqui mesmo no Caribe, estamos colaborando em projetos e possibilitando as melhores práticas.”
Del Toro, de origem cubana, que disse que a Marinha lançou o Plano de Ação Climática de 2030 em maio passado, acrescentou que ainda se sente parte da comunidade caribenha e fez da “ameaça da mudança climática uma prioridade”, desde que tomou posse há 18 meses.
“Para continuar sendo a força marítima dominante no mundo, o Departamento da Marinha deve se adaptar à mudança climática: devemos construir resiliência e reduzir as ameaças”, afirmou.
Queremos ajudar
Del Toro também destacou o apoio da administração Biden aos esforços para reduzir os efeitos da mudança climática, refletidos na Parceria EUA-Caribe para Enfrentar a Crise Climática 2030 (PACC 2030), introduzida pela vice-presidente Kamala Harris, em junho.
O secretário Del Toro disse que, em abril, os Estados Unidos e os países do Caribe e da América Central participarão da Nona Conferência Interamericana Especializada em Ciência, Tecnologia e Inovação, que será realizada em Orlando, Flórida. O evento se concentrará no uso da inovação científica para abordar a mudança climática e a poluição marinha.
“Reconhecemos que a resiliência de nossos amigos e vizinhos nesta região é de crucial importância para nossa própria segurança”, afirmou Del Toro. “Como eu disse e continuarei dizendo, nós queremos ajudar.”