Os Estados Unidos destinaram uma doação de US$ 25 milhões em assistência à Costa Rica, para fortalecer a segurança cibernética e a infraestrutura digital do país contra as ameaças de agentes malignos. A iniciativa foi anunciada pelo Ministério da Ciência, Inovação, Tecnologia e Telecomunicações (MICITT) da Costa Rica e pela Embaixada dos EUA nesse país.
“O apoio do governo dos EUA é muito importante para a Costa Rica, pois nos permite aproveitar a experiência de uma nação parceira que tem um histórico e é líder no campo da segurança cibernética, disse à Diálogo Paula Bogantes, ministra do MICITT da Costa Rica, em 21 de abril. “Eles estão dispostos a colaborar conosco em uma questão que até agora não tinha sido tratada como uma prioridade nacional.”
A doação ajudará a avançar na implementação da Estratégia Nacional de Segurança Cibernética da Costa Rica, informou o Ministério. Como parte desse processo, serão fornecidos licenciamento e equipamentos para contar com um Centro de Operações de Segurança para fortalecer o monitoramento, a prevenção, a detecção, a investigação e a resposta às ameaças cibernéticas que, em 2022, atingiram o país.
Para realizar essas ações, o Escritório de Ciberespaço e Política Digital do Departamento de Estado dos EUA trabalhará com o MICITT. O financiamento também fornecerá apoio imediato para as operações de capacitação em segurança cibernética, equipamentos, software e outras ferramentas de segurança cibernética, bem como o desenvolvimento de capacitações de longo prazo, informou a Embaixada dos EUA.
A doação possibilitará o desenvolvimento de uma linha de base de segurança cibernética para melhorar a capacidade de resposta institucional diante de eventos e incidentes, bem como atualizações de firewall, licenciamento e desenvolvimento de capacitação forense, entre outros.
As entidades mais afetadas durante os ataques cibernéticos na Costa Rica foram o Ministério da Fazenda, hackeado pelo grupo Conti, em abril de 2022; e o Fundo de Seguro Social da Costa Rica, atacado pelo Hive Ransomware Group, onde os contribuintes foram afetados, informou o portal costa-riquenho CRHoy.
Acredita-se que os grupos de ransomware Conti e Hive estejam ligados à Rússia.
Os detalhes específicos sobre o destino dos recursos doados pelos EUA em um primeiro momento ainda não são públicos. No entanto, o MICITT já tem diagnósticos para identificar e priorizar as áreas onde eles serão alocados, com informações que serão ampliadas em curto prazo, disse o Ministério à Diálogo.
“Os Estados Unidos valorizam a estreita relação que temos com a Costa Rica há muito tempo, pois trabalhamos juntos para tornar a região mais democrática, próspera e segura”, disse a embaixadora dos EUA na Costa Rica, Cynthia Telles. “Essa ampla cooperação em segurança cibernética é um reflexo de nosso compromisso compartilhado com uma Costa Rica segura.”
“Os ataques de programas de sequestro informático contra a Costa Rica no ano passado prejudicaram não apenas as instituições governamentais, mas também o próprio povo costarriquenho”, disse Anne Neuberger, conselheira adjunta de Segurança Nacional para Tecnologias Cibernéticas e Emergentes dos EUA. “O presidente Joe Biden se preocupa profundamente com a segurança de nossos aliados e parceiros e esse pacote de assistência em segurança cibernética representa esse compromisso. Os Estados Unidos apoiam a Costa Rica e têm o compromisso de proteger e fortalecer sua democracia, promovendo uma tecnologia digital segura, aberta e confiável.”
Um relatório da Microsoft, publicado em março de 2023, indicou que 35 por cento das pequenas e médias empresas da Costa Rica tiveram problemas de segurança cibernética, o que levou os líderes empresariais a implementar políticas específicas relacionadas à segurança cibernética.
Somente entre maio e dezembro de 2022, o Centro de Resposta a Incidentes de Segurança Informática da Costa Rica, supervisionado pelo MICITT, atendeu mais de 700.000 alertas de segurança cibernética, afetando 167 instituições estatais, informou o CRHoy.
“A Costa Rica foi vítima de terrorismo cibernético”, disse a ministra Bogantes. “Hoje estamos cientes das vulnerabilidades que tínhamos, mas também da enorme responsabilidade que temos agora de gerenciar recursos e ações contundentes para a proteção e a segurança no espaço cibernético.”