Autoridades da Embaixada e do Consulado dos EUA no Equador entregaram US$ 3,1 milhões a representantes das Forças Armadas equatorianas, durante uma visita a El Coca, na província de Orellana.
“Essa entrega mostra a colaboração em matéria de segurança entre o Equador e os Estados Unidos”, disse à imprensa o Coronel Jaime Gómez, da Força Aérea dos EUA, adido de Defesa dos EUA naquela nação. “O apoio entre os dois países é vital para combater situações que afetam a segurança do povo equatoriano. Os Estados Unidos continuam investindo nas áreas prioritárias do país.”
De acordo com a Embaixada dos EUA, os recursos entregues em 3 de agosto serão distribuídos da seguinte forma: US$ 1,1 milhão para equipamentos militares; US$ 1,3 milhão para a construção do Centro de Manutenção Fluvial para a 19ª Brigada de Selva Napo; e US$ 747.000 para equipamentos de comunicação para a Brigada de Infantaria de Fuzileiros Navais de San Lorenzo.
Essas entregas fazem parte do compromisso do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM) com a nação sul-americana, para apoiar as operações de interdição marítima ao longo da fronteira norte e das hidrovias amazônicas associadas. A cooperação entre os Estados Unidos e o Equador fortalece a segurança dos cidadãos, a luta contra o narcotráfico, o crime organizado, o tráfico de pessoas, a mineração ilegal e outras ameaças transnacionais, informou o site de notícias equatoriano Primicias.
“As Forças Armadas e a Polícia do Equador estão lutando arduamente contra o crime organizado e parece que estão vencendo a batalha”, disse à Diálogo, em 15 de agosto, o sociólogo Daniel Pontón Cevallos, especialista em políticas públicas e segurança e diretor da Escola de Segurança e Defesa do Instituto de Altos Estudos Nacionais do Equador. “O fortalecimento da capacidade de combate ao narcotráfico e os processos de interdição aérea são vitais para continuar avançando contra esse tipo de organização criminosa.”
Amauri Chamorro, especialista em comunicação política na América Latina, disse em agosto ao jornal espanhol Público que o Equador é o país ideal para a lavagem de dinheiro obtido com o tráfico de drogas. “A estrutura econômica do país é propícia para a exportação de drogas”, afimou.
Para combater o flagelo, as autoridades dos EUA e do Equador assinaram um memorando de entendimento em julho que estabelece, entre outros objetivos, a luta contra o crime organizado e o fortalecimento das capacidades do setor de Defesa.
Um comunicado da Secretaria Geral de Comunicação da Presidência em Quito afirmou que o processo de cooperação desse acordo terá duração de sete anos. O memorando prevê principalmente a cooperação entre os dois países no intercâmbio de informações, bem como no combate a grupos armados, narcotráfico e crimes relacionados.
O documento destaca que outros aspectos do acordo são o treinamento e a capacitação do pessoal militar dos dois países e a aquisição de recursos para fortalecer a defesa da fronteira. Ambos os países também estabeleceram quatro linhas de esforços: intercâmbio de informações; fortalecimento de capacidades; treinamento e capacitação; e aquisição de recursos imprescindíveis.
O plano de ação bilateral, que reafirma os mecanismos de fomento da confiança entre as duas forças militares, envolverá o Departamento de Defesa e o Departamento de Estado dos EUA, bem como o Ministério da Defesa do Equador, de acordo com um comunicado da Embaixada dos EUA.
Essas ações ocorrem em um momento em que o Equador está em estado de emergência e em um ambiente tenso, após a onda de violência que terminou com o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, em 9 de agosto. A investigação desse crime contará com a ajuda de uma comissão do Departamento Federal de Investigação (FBI) dos EUA, informou à imprensa o ministro do Interior do Equador, Juan Zapata.
“O FBI determinará, juntamente com a Polícia Nacional e o Ministério Público do Equador, o escopo da colaboração e do apoio”, acrescentou Zapata.