O Coronel do Exército da Colômbia Héctor Iván Macías, conselheiro do programa Conselheiro Militar de Nações Parceiras (PNMA, em inglês) do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM) desde outubro de 2020, tem uma meta muito específica: fortalecer as relações de cooperação entre as forças militares do seu país e os Estados Unidos.
O Cel Macías, com 29 anos de serviço militar, é um dos 11 integrantes do PNMA, programa criado pelo SOUTHCOM em 1998 e tradicionalmente conhecido como programa Oficial de Ligação das Nações Parceiras (PNLO, em inglês). O PNMA aumenta a confiança mútua entre os países participantes, desenvolve um maior nível de trabalho em equipe e estabelece vínculos que facilitam a capacidade de integrar e sincronizar operações e planos conjuntos.
Diálogo: Qual é a importância para a Colômbia de participar do PNMA do SOUTHCOM?
Coronel Héctor Iván Macías, conselheiro do programa Conselheiro Militar de Nações Parceiras do SOUTHCOM: O PNMA nos permite manter vigentes os laços de amizade, cooperação e intercâmbio de experiências entre os dois países. Foram elaborados planos de trabalho, onde os esforços são direcionados para contribuir para a segurança regional e a luta contra o crime transnacional, o que nos permite avançar no intercâmbio de boas práticas e melhorar a interoperabilidade, através de exercícios bilaterais e de capacitação.
É importante ressaltar que, para a Colômbia, a luta contra o crime transnacional é uma responsabilidade compartilhada. A experiência que o país acumulou na luta contra o narcotráfico, o crime organizado e a contrainsurgência nos levou a receber solicitações de cooperação em segurança por parte dos diversos exércitos da região e, com o apoio do SOUTHCOM, projetou-se um plano de cooperação em segurança regional, para construir capacidades na América Central e no Caribe.
Diálogo: O SOUTHCOM conta com 11 oficiais no PNMA. Por que é importante que as nações parceiras do hemisfério ocidental se integrem ao programa?
Cel Macías: É fundamental fazer parte do PNMA, porque através da interação e da convivência diária entre os representantes dos exércitos irmãos, conseguimos conhecer a idiossincrasia e a visão de cada país nas questões de segurança e defesa. Além disso, conseguimos fortalecer a confiança para o intercâmbio de experiências e conhecimentos, os quais são determinantes para a consolidação da segurança regional e para nossas ações na luta contra o crime organizado transnacional.
É fundamental fazer parte do PNMA, porque através da interação e da convivência diária entre os representantes dos exércitos irmãos, conseguimos conhecer a idiossincrasia e a visão de cada país nas questões de segurança e defesa. Além disso, conseguimos fortalecer a confiança para o intercâmbio de experiências e conhecimentos, os quais são determinantes para a consolidação da segurança regional e para nossas ações na luta contra o crime organizado transnacional”, Coronel do Exército da Colômbia Héctor Iván Macías, conselheiro do programa Conselheiro Militar de Nações Parceiras do Comando Sul dos EUA.
Diálogo: Quais as suas metas como representante da Colômbia no SOUTHCOM?
Cel Macías: Minha meta é facilitar a comunicação e a articulação para que possamos melhorar as capacidades de inteligência, ciberdefesa, forças especiais e gestão de riscos, através da capacitação e dos exercícios bilaterais.
Diálogo: Como a pandemia do coronavírus afetou a Colômbia e como as forças armadas têm ajudado as autoridades civis?
Cel Macías: O coronavírus afetou o país substancialmente, em especial os setores da saúde pública e da economia. A pandemia é responsável pela morte de mais de 58.000 colombianos e impactou diretamente a economia nacional, regional e local.
As Forças Militares da Colômbia realizaram a Operação San Roque, com o objetivo de desenvolver atividades e implementar medidas contra a COVID-19. Esse plano tem quatro linhas de esforço: a primeira é preservar a integridade da força, e para isso procuramos fazer com que os soldados, marinheiros, fuzileiros navais e aviadores se mantenham saudáveis para o cumprimento da missão; a segunda linha procura manter a capacidade operacional; a terceira estabelece a continuidade do desenvolvimento das operações que têm como objetivo neutralizar as ações dos grupos armados organizados e os fatores de instabilidade, bem como controlar as fronteiras; e a quarta se concentra em ajudar a autoridade civil e fornecer assistência humanitária à população, através da disposição das capacidades das forças militares. Esse plano permitiu que essas forças se readaptassem rapidamente às circunstâncias da pandemia, para continuar com a missão e manter a governabilidade exercida pelo presidente da República, governantes locais e instituições.
As forças militares, através da Operação San Roque, participam do Plano Nacional de Vacinação contra a COVID-19 com uma estratégia de logística e de segurança para acompanhar e apoiar o recebimento, o armazenamento, o transporte, a distribuição e a aplicação da vacina em todo o país.
Diálogo: Quais as lições de cooperação que o senhor espera levar ao seu país ao terminar sua missão no SOUTHCOM?
Cel Macías: Uma das lições mais importantes que levarei para a Colômbia é entender que o flagelo atual do narcotráfico e outros delitos transnacionais podem ser combatidos de maneira eficaz com uma cooperação assertiva, sob a lógica da responsabilidade compartilhada e da ação recíproca entre os países irmãos.