A Força Pública da Colômbia está fazendo progressos decisivos na luta contra o narcotráfico com operações contínuas que atacam todos os elos da cadeia criminosa. No final de abril, a Marinha da Colômbia localizou e destruiu 20 instalações ilegais de processamento de cocaína pertencentes aos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
As operações, realizadas no sudeste da Colômbia, nos departamentos de Putumayo, Meta, Guaviare e Caquetá, foram realizadas com o apoio do Exército Nacional, da Força Aérea Colombiana, da Polícia Nacional e da Procuradoria Geral da República. Duas das infraestruturas eram cristalizadores de cloridrato de cocaína, enquanto as outras estavam dedicadas ao processamento de pasta base de coca.

Dentro das estruturas ilegais, as autoridades encontraram 3.033 quilos de insumos sólidos, mais de 34.400 litros de insumos líquidos, mais de 2.200 kg de cloridrato de cocaína, 448 kg de folha de coca picada e 164 kg de pasta base de coca em processo. Eles também encontraram máquinas, equipamentos e outros elementos utilizados na produção de narcóticos. No município de Puerto Concordia, no departamento de Meta, as autoridades também destruíram um viveiro com aproximadamente 4.000 plantas de coca, informou a Marinha.
“Na área onde estas infraestruturas foram encontradas, os grupos armados organizados Carolina Ramírez, E 48 Comandos de Frontera, Armando Ríos, Miller Perdomo e Jorge Briceño Suárez estão atualmente cometendo crimes”, disse à Diálogo o Vice-Almirante Harry Ernesto Reyna Niño, da Marinha da Colômbia, comandante da Força Naval do Sul. “Com a destruição dessas infraestruturas, o primeiro elo de uma das principais fontes de renda econômica para esses dissidentes das FARC está sendo atingido; os laboratórios de processamento de pasta base de coca constituem a cadeia de produção para a obtenção de cloridrato de cocaína, o qual através do narcotráfico é comercializado no exterior, financiando assim suas atividades criminosas para a compra de armas, munições, suprimentos e provisões.”
De acordo com dados da Força Naval do Sul, até o dia 17 de maio, as autoridades neutralizaram sete líderes e 67 homens de armas, que integravam as dissidências das FARC. Também apreenderam 70 armas de fogo, 1.611 kg de explosivos e 33 equipamentos de comunicação.
“Com relação à luta contra o narcotráfico, até hoje destruímos 133 infraestruturas ilegais para o processamento de pasta base de coca e obtenção de cloridrato de cocaína, 21 viveiros de sementes com um total de 53.500 plantas de coca”, explicou o V Alte Reyna. “Além da apreensão de cerca de 490 milhões de pesos em espécie [USD 121.659] e 63 milhões [USD 156.419] em mercadorias de contrabando.”

Sendo o maior produtor e exportador de cocaína do mundo, a Colômbia intensificou a luta contra o narcotráfico, apreendendo quase 580 toneladas de cocaína e pasta base de cocaína em 2020 e quase 758 toneladas em 2021, indica o Departamento de Estado dos EUA em seu Relatório de Estratégia Internacional de Controle de Narcóticos de 2022. Os governos dos EUA e da Colômbia têm um relacionamento de longa data, que inclui a cooperação contra narcóticos, e estão empenhados em implementar uma abordagem de todo o governo focada na redução integrada da oferta, na segurança, no desenvolvimento rural e na proteção ambiental, acrescenta o relatório.
“A cooperação bilateral sobre extradição, drogas e lavagem de dinheiro resultou em centenas de acusações nos Estados Unidos e na extradição de traficantes de drogas de alto nível”, afirma o relatório. De fato, essa cooperação em 2021 levou à captura do líder do Clã do Golfo Dairo Antonio Úsaga, conhecido como Otoniel, que foi extraditado para os Estados Unidos no início de maio de 2022, para enfrentar acusações por narcotráfico.