A Marinha da Colômbia atacou duramente as organizações ligadas aos cartéis internacionais do narcotráfico, através da sua estratégia Red Naval Plus, em coordenação com a Procuradoria Geral da Nação. Em 29 de agosto, já eram nove as estruturas do narcotráfico enfraquecidas pelas Forças Navais do Pacífico e do Caribe, ao longo de 2023.
Um dos últimos golpes contra essas estruturas foi desferido em 26 de agosto, com a captura de 29 membros de uma organização colombo-equatoriana que tinha ligações com os cartéis do México, informou a Marinha da Colômbia. O resultado foi obtido por meio de uma ação simultânea com a participação da Polícia Nacional da Colômbia e da Polícia Nacional do Equador, na cidade de Santiago de Cali, Valle del Cauca, na Colômbia, e nas províncias de Esmeraldas, Manabí e Guayas, no Equador.
Os capturados, pertencentes a ambos os países, dedicavam-se a enviar grandes carregamentos de cocaína para o México e os Estados Unidos, usando embarcações do tipo go-fast, através do Oceano Pacífico.
“Essa estrutura tinha a capacidade de transportar mensalmente 2 toneladas de cloridrato de cocaína para o México, onde, junto com os cartéis mexicanos, eles conseguiam introduzi-las nos mercados internacionais, especialmente nos Estados Unidos”, disse à imprensa o Vice-Almirante Orlando Grisales Franceschi, da Marinha da Colômbia, chefe do Estado-Maior Naval de Operações. “Essa estrutura obtinha recursos de aproximadamente US$ 66 milhões por mês, cerca de US$ 800 milhões por ano, como resultado de suas atividades ilícitas.”
No Pacífico Colombiano, as autoridades capturaram 53 membros de quatro estruturas dedicadas à construção de semissubmersíveis e ao envio de narcóticos para a América Central, América do Sul e Europa. Por sua vez, no Caribe Colombiano, a Marinha desmantelou cinco organizações do narcotráfico, capturando 57 pessoas.
“As drogas que normalmente saem por La Guajira vêm de Catatumbo, Norte de Santander, onde há grupos ilegais que são controlados por centros de produção das dissidências das FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] e do ELN [Exército de Libertação Nacional]”, disse à Diálogo o Vice-Almirante Hernando Mattos Dager, comandante da Força Naval do Caribe.
As grandes apreensões de drogas, que também enfraquecem as estruturas do narcotráfico, foram alcançadas através da sinergia operacional entre diferentes autoridades nacionais, bem como do esforço multinacional. “Muitos países estão envolvidos na luta contra o narcotráfico no mar, incluindo França, Holanda, República Dominicana, Jamaica, Honduras, México, Panamá, Costa Rica e Estados Unidos, entre outros países”, disse o V Alte Mattos.
No total, no final de agosto, as autoridades capturaram 413 pessoas ligadas ao narcotráfico. No primeiro semestre do ano, as forças de imposição da lei apreenderam mais de 317 toneladas de cloridrato de cocaína, de acordo com os números divulgados pelo ministro da Defesa Nacional, Iván Velásquez Gómez, no seu relatório de prestação de contas de 8 de agosto.
“O trabalho conjunto tem sido a chave para afetar o patrimônio das estruturas criminosas e retirar delas, em pouco mais de três anos e meio, bens avaliados em cerca de US$ 7 bilhões”, disse a vice procuradora-geral da nação, Martha Janeth Mancera, durante um evento no final de agosto.
“Com os Estados Unidos temos diferentes programas e dentro dos programas está o FBI, que tem sido um baluarte para podermos identificar o crime organizado transnacional, mas, além disso, é como geramos as metodologias de investigação que são mais eficientes, ágeis e contundentes”, afirmou a vice procuradora Mancera.