A Polícia Federal (PF) do Brasil desarticulou duas organizações criminosas que praticavam tráfico de pessoas, armas e cocaína na fronteira com a Guiana Francesa.
As ações ocorreram durante a Operação Quinino, realizada nos municípios de Oiapoque e Macapá, no estado do Amapá.
“[A operação] visa reprimir várias práticas delitivas transnacionais na região: promoção de migração ilegal, tráfico internacional de drogas e de armas, contrabando e descaminho”, afirmou a PF em um comunicado.
Na primeira fase da operação, em 11 de fevereiro de 2021, 30 agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão contra um dos grupos criminosos.
A organização contrabandeava migrantes de barco do Amapá até a Guiana Francesa, onde eles trabalhavam em garimpos ilegais. Eram feitas em média três viagens semanais com cerca de 20 passageiros cada uma, ao custo de R$ 1.500,00 (mais de US$ 260.00) por pessoa, disse a PF.
De acordo com o Diário do Amapá, os migrantes aguardavam por alguns dias até que as embarcações estivessem lotadas para poder viajar.
Outro grupo criminoso foi alvo da segunda fase da operação, deflagrada em 3 de março. Nesse dia, 10 policiais cumpriram três mandados de busca e prenderam um homem com munição ilegal. Também localizaram cinco pessoas que aguardavam para migrar rumo a garimpos ilegais na Guiana Francesa e no Suriname.
“As investigações começaram em 2018, após a apreensão de armas e drogas na região de Oiapoque, trazidas por indivíduos que tentavam adentrar o Brasil por via marítima-fluvial”, informou a PF.
A rota ilegal conectava Suriname, Guiana Francesa e Brasil. “Esse caminho era usado para a prática de diversos crimes transnacionais, como tráfico internacional de drogas, de armas e de pessoas”, disse a PF.
Os suspeitos respondem pelos crimes de tráfico, organização criminosa e associação para o tráfico. “A pena somada em todos os delitos alcança 37 anos de reclusão”, informou o Correio Amapaense.