As marinhas do Brasil, Colômbia e Peru embarcaram na 46ª edição da Operação Bracolper Naval 2021, na cidade de Letícia, Colômbia. De 19 de julho a 15 de setembro de 2021, as unidades fluviais dos três países navegarão no rio Amazonas, realizando exercícios táticos para proteger sua tríplice fronteira, informou a Marinha da Colômbia em um comunicado.
Este ano, a operação é liderada pelo Comando Geral de Operações da Amazônia da Marinha de Guerra do Peru. O evento consta de três fases de treinamento, para simular operações reais de desembarque anfíbio.
O Peru participa com dois canhoneiros fluviais e um helicóptero de apoio aéreo. A Colômbia, com sua Força Naval do Sul, participa com um canhoneiro fluvial que também lidera as operações navais. O Comando do 9º Distrito Naval de Guerra da Marinha do Brasil navega com dois patrulheiros fluviais e um navio de apoio, declarou a Marinha da Colômbia em um comunicado.
“No Amazonas, pulmão deste planeta, nossa marinha em conjunto com dois países irmãos realiza [com a Bracolper] ações para integrar nossas capacidades, proteger a natureza, prestar ajuda humanitária, garantir a soberania e desenvolver ações contra o narcotráfico e de controle dessa área fundamental para a natureza, a vida e a proteção de nossas fronteiras”, disse no Twitter o ministro da Defesa da Colômbia, Diego Molano.
Fases operacionais
Desde 1974, a Operação Bracolper é realizada durante as festas nacionais de cada país participante.
Na primeira e na segunda fases, de 26 a 30 de julho de 2021, as embarcações navegaram entre os portos de Letícia, na Colômbia, e Iquitos, no Peru, onde as embarcações realizaram práticas navais de comunicações, sinalização, lampejos, transferência de carga, interdição e patrulhamento, informou a Marinha da Colômbia.
Para a terceira etapa, as embarcações se deslocarão para Manaus, Brasil, em setembro, para comemorar a independência do país, informou à imprensa a Marinha do Brasil. As operações táticas serão realizadas nos rios Negro e Solimões, com manobras de desembarque e provas de fogo real, acrescentou.
Ameaças na tríplice fronteira
“Os fatores de instabilidade [em] nossas fronteiras são muitos. Temos problemas com o narcotráfico, a mineração ilegal; é preciso proteger a biodiversidade da selva na Amazônia que os três países compartilham”, disse o Contra-Almirante Harry Reyna Niño, comandante da Força Naval do Sul da Colômbia, ao Diário La Región, de Iquitos, Peru, no dia 29 de julho.
No eixo amazônico, há um risco alto para os cidadãos, devido às disputas pelas rotas do narcotráfico entre as dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e os grupos do crime organizado, informou em seu portal o jornal peruano El Espectador. “Os residentes vêm sofrendo desde 2014 extorsões, ameaças, deslocamentos forçados, confinamentos, recrutamentos, utilização ilícita de meninos, meninas e adolescentes, homicídios seletivos e violações à autodeterminação dos povos indígenas”, acrescentou.