O Prêmio William J. Perry de Excelência em Educação de Segurança e Defesa de 2023 foi concedido ao Instituto de Resiliência Humana, Segurança Estratégica e Futuro (IHRSSF) da Universidade da Guiana (UG). O prêmio, concedido todos os anos a indivíduos ou instituições, em reconhecimento às suas contribuições significativas nas áreas de educação em segurança e defesa, homenageou o esforço da UG em desenvolver futuros líderes preparados para enfrentar os desafios cruciais de segurança e defesa na Guiana e nas Américas.
A vice-chanceler da UG, Dra. Paloma Mohamed Martin, recebeu o prêmio durante uma cerimônia efetuada no dia 13 de março, no George Walcott Lecture Theatre, do campus de Turkeyen da UG. A Dra. Martin, que reconheceu a importância do prêmio, enfatizou o compromisso da sua instituição com o avanço da educação em segurança e defesa. “Este não é um momento sem muita importância, é um momento altamente significativo […]. Tudo o que fazemos nesta universidade é para este país e agora, com nosso foco regional e hemisférico, fazemos isso no melhor interesse daqueles que são amigos deste país e que apoiam este país”, afirmou Martin.
O Mestrado em Ciências em Estudos de Desenvolvimento Estratégico da UG foi lançado em 2022 e tem como objetivo equipar os alunos com uma compreensão abrangente das ameaças de segurança contemporâneas, do planejamento de defesa e da análise estratégica. O programa foi desenvolvido por meio da colaboração entre a UG, agências governamentais da Guiana e o governo dos Estados Unidos, com o Centro Perry, entre outros.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, que participou da cerimônia, também reconheceu a importância do prêmio e destacou a relevância dessa parceria para a construção de um ambiente mais seguro. “É uma tremenda honra receber esse reconhecimento, esse prêmio, e não devemos considerá-lo levianamente […]. Consideramos esse [prêmio] como um pequeno passo na jornada de construção de um ecossistema inigualável […]. Essa parceria tem a ver com nosso posicionamento como país e como universidade e queremos posicionar a Guiana, a Universidade da Guiana e o Instituto de Defesa Nacional como as principais instituições de segurança regional”, declarou Ali.
O presidente Ali também observou que esse é apenas o começo de mais parcerias e colaborações com a Guiana e o Centro Perry, destacando a importância desse tipo de programa acadêmico para conter a causa principal da ameaça dos regimes autoritários sobre a sociedade atual. “Para lidar com isso, precisamos abordar a segurança como um investimento para toda a vida e não apenas como um investimento oportunista […]. Os fundamentos da segurança internacional e da segurança hemisférica formam os pilares fundamentais sobre os quais o princípio da liderança e o princípio da segurança e da democracia são construídos.”
A embaixadora dos EUA na Guiana, Nicole D. Theriot, parabenizou a UG, ao reconhecer a importância dessa cooperação. “[Esse prêmio] é outra demonstração da excelente colaboração entre os Estados Unidos e a Guiana para o avanço de nossas nações e de nossos valores compartilhados, em apoio a uma região próspera e pacífica.”
O Dr. Paul J. Angelo, diretor do Centro Perry, não apenas elogiou a UG por seu desempenho acadêmico, mas também por seu esforço e engajamento na conquista de uma sociedade mais segura e pacífica. “Não estamos apenas comemorando uma conquista acadêmica, mas reconhecendo um parceiro na paz, um líder em educação e um ator fundamental na resolução das questões regionais mais urgentes de nossos tempos”, afirmou o Dr. Angelo.
“Desafios para a governança da defesa em um mundo turbulento”
Após a cerimônia de premiação, foi realizado o painel de discussão “Desafios para a governança da defesa em um mundo turbulento”. O painel, organizado pela IHRSSF da UG e moderado pelo Dr. Norwell Hinds, diretor do Instituto de Diplomacia Energética da UG, incluiu vários especialistas que discutiram os desafios de segurança e defesa em um mundo em rápida mudança.
“As coisas estão mudando muito rapidamente, e as coisas estão mudando mais rapidamente para a Guiana […]. Tenho a sensação de que a Guiana está se transformando de tomadora de decisões em criadora de decisões”, disse o palestrante Dr. Luis Bitencourt, especialista em estratégia de negócios, inovação e liderança e professor de Segurança Internacional e Governança no Centro Perry. Bitencourt pediu que se investisse em educação para formar uma geração futura qualificada e inovadora que possa enfrentar com sucesso os desafios e as ameaças de segurança em evolução no mundo atual.
Outro ponto crucial discutido foi a importância de fortalecer as instituições, especialmente agora que a região está enfrentando uma grave crise institucional. “A maior crise que temos nas Américas é uma crise institucional”, afirmou o Dr. Mark Hamilton, professor do Colégio Interamericano de Defesa, ao divulgar os resultados de uma pesquisa anual realizada pela ONG chilena Latinobarometro sobre o desenvolvimento das democracias, economias e sociedades da região. “De acordo com Latinobarometro, 80 por cento da população dos 18 países pesquisados disseram que seu governo não faz nada ou faz muito pouco. Devemos preocupar-nos com isso […] e tornar-nos arquitetos para reconstruir nossa base mais forte e construir instituições que sejam mais inclusivas”, disse Hamilton.
Por sua vez, o palestrante Dr. Wilbert Lee, ex-professor da UG e Coronel (R) da Força de Defesa da Guiana, pediu o fortalecimento da cooperação civil e militar para enfrentar novos tipos de turbulência em um mundo imprevisível. “Agora estamos enfrentando uma guerra assimétrica, que faz com que a previsão do que acontecerá em um futuro próximo seja aparentemente ou quase impossível […]. Precisamos encontrar a maneira de trazer empresas militares e civis para realmente fortalecer as instituições, de modo que a democracia liberal de que todos nós falamos, a qual gostaríamos de ver mais rapidamente, possa