A Polícia Nacional do Equador intensificou sua luta contra o tráfico de armas e explosivos em janeiro, capturando 19 criminosos envolvidos em transporte, estocagem e distribuição de armas e munições.
A Operação Fronteira Armada (Operación Frontera Armada) foi realizada nas províncias de Carchi, Imbabura, Pichincha, Cañar, Azuay, El Oro e Loja. Durante as batidas, as autoridades apreenderam rifles, carabinas, espingardas de caça, munições e explosivos, que seriam vendidos a grupos criminosos na Colômbia e no Equador.
De acordo com a polícia, entre os presos está Caluqui, um criminoso acusado de liderar a organização criminosa que forneceu o arsenal utilizado nos ataques de novembro de 2022 nas cidades de Guayaquil, Durán e Esmeraldas, que deixaram cinco policiais mortos e levaram a um novo estado de emergência, informou o portal da BBC News Mundo.
O sociólogo Daniel Pontón Cevallos, especialista em políticas públicas e segurança e decano da Escola de Segurança e Defesa do Instituto de Altos Estudos Nacionais, conversou com Diálogo em 30 de janeiro e assinalou que o tráfico de armas e munições é um dos principais problemas que afetam a segurança da sociedade equatoriana. “Os eventos de violência no país são exacerbados nas prisões e nas ruas; um exemplo disso é que 80 por cento dos homicídios no Equador são cometidos com armas de fogo”, disse.
O ministro do Interior, Juan Zapata, explicou que os criminosos detidos enviavam armas, munições e explosivos por meio de pacotes e veículos equipados para o contrabando. “O principal objetivo dessa organização era abastecer e fortalecer as dissidências das FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] e o Exército de Libertação Nacional, bem como outros grupos criminosos organizados que operam no país e também, obviamente, na fronteira norte, além de abastecer grupos criminosos em nosso país”, disse Zapata.
Zapata explicou que agentes das forças especiais da Polícia e da Procuradoria Geral identificaram que os criminosos utilizavam rotas pré-estabelecidas desde o sul do Equador até a província de Imbabura, que eram utilizadas para a estocagem temporária de mercadorias e posterior distribuição na Colômbia.
“Os equatorianos merecem viver em paz. Juntamente com as Forças Armadas do Equador e a Polícia, lutaremos contra cada indivíduo, grupo ou organização que pretenda o contrário”, escreveu por Twitter o presidente do Equador, Guillermo Lasso. “Cada arma apreendida hoje é uma vida que protegemos da violência.”
O presidente também agradeceu o apoio do seu homólogo colombiano, por sua cooperação e investigações para desmantelar o grupo criminoso. “Este resultado é consequência de um trabalho de inteligência. Fiquem certos de que continuaremos a dar golpes contundentes para eliminar os grupos violentos que ameaçam a tranquilidade e a paz dos cidadãos.”
Enquanto isso, o General de Exército Fausto Salinas, comandante geral da Polícia Nacional do Equador, declarou que os explosivos encontrados nas operações são de origem peruana. Ele acrescentou que antes da Operação Fronteira Armada, a Polícia Nacional da Colômbia (PNC) havia prendido cinco contrabandistas de armas em seu território.
O Gen Ex Salinas lembrou que também em março de 2022, a PNC deteve no departamento de Nariño um carregamento de pentolita, um explosivo para uso industrial e militar, que deveria ser entregue a grupos criminosos da Colômbia. Além disso, em outra intervenção, apreenderam um veículo carregado com explosivos, em 1º de novembro.
“Estas ações contribuíram para alimentar as linhas de investigação que estão sendo seguidas contra essa quadrilha em diferentes províncias equatorianas”, afirmou o Gen Ex Salinas.
“O Equador tem sido e continua sendo um ponto de trânsito para armas do Paraguai e do Peru destinadas à Colômbia, no entanto, muitas dessas armas permanecem em nosso país e têm como destino final organizações criminosas e prisões”, acrescentou Pontón. “No Equador, há uma presença crescente de ações narcoterroristas em áreas de fronteira e portos como Guayaquil, Durán e Esmeraldas, assim como nas províncias de Los Ríos e El Oro, área de fronteira com o Peru.”
“O trabalho da Polícia Nacional do Equador na luta contra o crime é e será contundente, concluiu o Gen Ex Salinas em sua conta no Twitter.