A 58ª sessão ordinária do Comitê Executivo da Conferência das Forças Armadas da América Central (CFAC), foi realizada de 28 de junho a 1º de julho de 2022, em Honduras, no departamento de Ilhas da Baía.
A CFAC é um órgão de cooperação militar criado em novembro de 1997. É composta por El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Honduras e República Dominicana, que aderiram em 2007.
“Dentro da CFAC, são realizadas reuniões de trabalho nas quais as ameaças existentes na região da América Central são abordadas, analisadas e comparadas”, disse à Diálogo o Coronel Luis Alfredo Escobar García, de Infantaria DEM, representante do Exército da Guatemala na CFAC. “Há seis eixos de trabalho que marcam uma dinâmica no trabalho da CFAC. Um desses eixos é o do enfrentamento às ameaças emergentes”, acrescentou.
Acordos contra ameaças
O principal objetivo da CFAC é combater frontalmente o narcotráfico e o tráfico de pessoas. Devido ao aumento das atividades do crime organizado internacional na região, os países membros assinaram vários acordos, como a expansão das patrulhas de fronteira entre El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua.
“Já aprovamos que seja realizado o planejamento anual para 2023 dopatrulhamento das forças-tarefa, a fim de combater as ações dos grupos criminosos”, disse à Diálogo o Coronel Klaus Werner Korte Padilla, de Infantaria DEM, representante das Forças Armadas de Honduras junto à CFAC.
A blindagem conjunta das fronteiras, além de combater o crime organizado, integrará os exércitos dos países, com o apoio da Força–Tarefa Conjunta Maya-Chortí, na fronteira entre Guatemala e Honduras; daForça–Tarefa Lenca-Sumpul, na fronteira entre Honduras e El Salvador; e da Força–Tarefa Morazán-Sandino, na fronteira entre Honduras e Nicarágua.
O Cel Escobar acrescentou que, “no caso da CFAC, é importante cooperar porque os fenômenos que afetam a região são similares e é melhor trabalhar em conjunto para sua solução”.
A expansão das patrulhas nas fronteiraspermitirá deter o trânsito de pessoas vinculadas a quadrilhas e gangues, combater o crime comum e organizado, o narcotráfico, o tráfico de armas e o tráfico de pessoas, bem como o tráfico de produtos,como madeira, plantas e espécies de animais em perigo de extinção.
Capacitação profissional
“Outro objetivo da CFAC é fazer da América Central uma zona de paz no âmbito da Organização das Nações Unidas, por meio dos centros especializados onde os oficiais recebem a capacitação, disse àDiálogo o Cel Korte.
Nos centros, os oficiais podem obter mestrados ou especializações em Direitos Humanos, Defesa Cibernética e Segurança Cibernética, Migração e Direito Internacional Humanitário, entre outros.
Esses centros especializados são: o Centro Regional de Treinamento em Direitos Humanos, na República Dominicana; o Centro Regional de Treinamento para Operações de Manutenção da Paz, na Guatemala; o Centro Regional de Treinamento contra o Crime Transnacional, em El Salvador; o Centro Internacional de Desminagem Humanitária, na Nicarágua; e o Centro Regional de Treinamento paraAjuda Humanitária, em Honduras.
Outro tópico da agenda de trabalho foi o sistema de resposta que a CFAC tem diante dos fenômenos naturais que afetam os países membros, especialmente os incêndios florestais e os furacões.
Os participantes enfatizaram o resgate das florestas através da conservação e proteção ambiental, reflorestamento de grandes áreas de floresta, criação de viveiros nos batalhões e capacitação dos membros da CFAC em questões ambientais.
O Vice-Almirante José Jorge Fortín Aguilar, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas de Honduras, disse à imprensa que a Unidade Humanitária e de Resgate da CFAC responderá com a capacidade de operar de forma padronizada em caso de desastres; e que o Centro Regional de Treinamento para Ajuda Humanitária fornece treinamento de alto nível aos socorristas militares, que já estão capacitados em técnicas de resgate e gestão de riscos. “Portanto, a CFAC se mantém em prontidão todo o tempo”, concluiu.