O último massacre carcerário em 3 de abril de 2022, na prisão de El Turi, na cidade de Cuenca, no sul do Equador, deixou 20 pessoas mortas; 10 pessoas também foram feridas e levadas para hospitais, pelo menos cinco em estado crítico. As autoridades equatorianas atribuíram a violência aos líderes de gangues criminosas que lutam pelo controle no interior dos centros penitenciários.
A Polícia Nacional do Equador presume que a organização de narcotráfico Los Lobos lutou com células criminosas menores pelo poder absoluto na prisão de El Turi. A operação para reprimir o motim na prisão envolveu 800 policiais e militares, informou o site de notícias Primicias, do Equador.
Diante desses novos atos de violência, o governo equatoriano tomou a decisão de reabilitar uma prisão de segurança máxima na cidade de Guayaquil, província de Guayas, para a qual as autoridades transferiram cinco dos líderes dessas gangues criminosas, que lideraram a revolta. Em um avião militar e sob segurança máxima, os líderes das gangues criminosas Los Lobos, Chone Killer e uma célula chamada R7 chegaram à prisão conhecida como La Roca no dia 4 de abril, noticiou o jornal El Universo.
Essa prisão de segurança máxima permanecia fechada desde 2013, mas foi reabilitada com o objetivo de isolar elementos perigosos de grupos criminosos, para evitar qualquer tipo de interação entre os líderes e as organizações que eles representam. A parte inferior de La Roca tem capacidade para receber até 100 detentos de perigo máximo; os primeiros são esses cinco líderes, que permanecerão “sob um tratamento e regime disciplinar completamente diferente”, disse o ministro do Interior do Equador, Patricio Carrillo, segundo El Universo.
Em uma entrevista coletiva em 7 de abril, Pablo Ramírez, diretor do Serviço Nacional de Atenção Integral a Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores do Equador (SNAI), informou que o governo nacional destinou cerca de US$ 2 milhões para o aprimoramento da prisão La Roca, que serão investidos em equipamentos, tecnologia e infraestrutura, entre outros.
Outra das estratégias que o governo está implementando para acabar com a crise penitenciária é reduzir a superlotação, informou o site de notícias Vistazo. No final de fevereiro, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, assinou um decreto executivo para acelerar o perdão de todos os prisioneiros do país pelos delitos de roubo, furto, fraude e quebra de confiança, que tenham cumprido 40 por cento de sua pena, informou o jornal El Comercio.
De acordo com Vistazo, até o início de abril, cerca de 350 pessoas se beneficiaram dos perdões concedidos pelo governo através desse decreto. Espera-se que cerca de 5.000 presos sejam perdoados, a fim de reduzir a superlotação nos centros penitenciários, onde, em 2021, houve massacres com mais de 320 mortes, noticiou a mídia alemã DW.
Por outro lado, em 13 de abril, o SNAI abriu uma chamada para 1.400 novos cargos para agentes de segurança penitenciária, para que se unam à tarefa de recuperar o controle das prisões, informou o site Extra.ec. O processo de treinamento para os agentes está sendo realizado com o apoio de instituições como o Departamento de Assuntos Internacionais contra o Narcotráfico e Aplicação da Lei dos EUA e o Programa de Assistência contra o Crime Transnacional Organizado da União Européia.