A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD) fechou 2020 continuando sua luta contra o narcotráfico. Entre as operações realizadas em dezembro na fronteira com o Brasil, destacam-se a destruição de cerca de 13,5 toneladas de maconha e o desmantelamento de dois laboratórios para processar cocaína.
Em um comunicado publicado no dia 17 de dezembro, a SENAD anunciou que durante investigações para a detecção de narcolaboratórios clandestinos, agentes da instituição encontraram um centro de processamento de cocaína na Cidade do Leste, estado de Alto Paraná. Nesse centro, a SENAD confiscou uma prensa de metal com capacidade para produzir 30 toneladas de cocaína, seis carimbos de madeira, sete moldes rústicos de madeira e fitas para embalagem. Um homem foi capturado durante a operação, declarou a instituição.
No dia 12 de dezembro, na cidade de Minga Guazú, também no Alto Paraná, a SENAD desmantelou outro centro clandestino para processamento de cocaína, onde os agentes apreenderam cocaína (cuja quantidade não foi especificada) e vários elementos para sua produção, informou a instituição em sua conta no Twitter.
Um dia antes, após intenso patrulhamento em uma região de florestas na cidade de Capitão Bado, estado de Amambay, as forças da SENAD encontraram vários acampamentos e cultivos distribuídos em 4 hectares, com plantas de maconha em distintas etapas de crescimento, que poderiam produzir pelo menos 12 toneladas de maconha, informou o jornal paraguaio Última Hora.
“Durante uma incursão na colônia São Fernando, destruímos três acampamentos do narcotráfico e mais de 13 toneladas de maconha”, informou a SENAD na sua conta no Twitter. “A droga era destinada às facções criminosas do Brasil.”
O jornal Última Hora informou que a SENAD encontrou 52 bolsas nos acampamentos que continham 1.560 quilos de maconha picada e também confiscaram equipamentos utilizados para processar a droga e duas motocicletas. Não houve capturas, declarou o jornal.
Segundo o Relatório da Estratégia Internacional de Controle de Narcóticos 2020, do Departamento de Estado dos EUA, o Paraguai é um dos principais produtores de maconha na América do Sul e é país de trânsito para a cocaína andina. O centro holandês de investigações e incidência política Transnational Institute indica que o Paraguai fornece a maconha prensada ao Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. Os estados na fronteira com o Brasil, que incluem Amambay e Alto Paraná, “são diretamente afetados pelos narcotraficantes, que atuam com absoluta impunidade”, informa o centro de investigações em seu site.
Por outro lado, o site especializado em ameaças à segurança na América Latina InSight Crime afirma que a região nordeste do país concentra 93 por cento das plantações de maconha na área e também apresenta a maior deterioração ambiental causada pelos grupos criminosos que buscam ampliar as plantações da erva. De acordo com o InSight Crime, as autoridades brasileiras detectaram um aumento na oferta de maconha proveniente do Paraguai em 2020, devido à pandemia da COVID-19.